Covid-19: laboratórios optam por sacrificar animais

(Foto: Universidade de Chicago)

De acordo com informações da revista Science desta semana, a pandemia de covid-19 e a iminente necessidade de fechamento temporário dos laboratórios universitários que realizam pesquisas envolvendo animais nos Estados Unidos está motivando inúmeras instituições a sacrificá-los.

A Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia é um desses exemplos. O vice-reitor enviou ao laboratório de pesquisas com animais uma mensagem dizendo que “os responsáveis devem abater o máximo possível de colônias” – em referência aos camundongos utilizados como cobaias.

Ordem é matar 200 roedores somente em um laboratório

Somente nesse laboratório a ordem foi sacrificar 200 roedores o mais rápido possível. Apelando ao que é mais fácil em tempos de crise, outros laboratórios universitários dos EUA começaram a sacrificar animais na semana passada – alegando escassez extrema de cuidados com as cobaias.

A recomendação é preservar somente “os poucos que são considerados mais valiosos” nas pesquisas em andamento. Normalmente os camundongos descartados são mortos por meio de dióxido de carbono ou têm seus pescoços quebrados.

Caminho da conveniência 

A vice-presidente sênior da organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), Kathy Guillermo, disse que mais uma vez os pesquisadores estão escolhendo o caminho da conveniência e simplesmente matando animais que nunca deveriam ter sido comprados, criados ou utilizados em qualquer experiência.

Em defesa da pesquisa com animais, o diretor-associado do Centro de Recursos Animais da Universidade Yale, Peter Smith, alegou que os laboratórios precisam garantir que tenham recursos necessários para alimentar, limpar e prestar assistência médica a milhares de animais. “Essa é uma situação difícil para todos, e garanto que a decisão de sacrificar animais não é tomada com a consciência tranquila.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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