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Estudo associa consumo de leite a maior risco de câncer de próstata

Um estudo realizado por pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Loma Linda e publicado na semana passada no periódico científico The American Journal of Clinical Nutrition, da Oxford Academy, associa o consumo de leite a um maior risco de desenvolvimento de câncer de próstata.

“Nossas descobertas adicionam um peso importante a outras evidências que associam produtos lácteos a um fator de risco para o câncer de próstata”, diz o principal pesquisador do estudo e professor de medicina da Universidade de Loma Linda, o PhD Gary Fraser.

Os resultados do estudo revelam que os homens que consumiram cerca de 430 gramas de laticínios por dia (1 ¾ xícaras de leite) tiveram um risco 25% maior de câncer de próstata em comparação com homens que consumiram apenas 20,2 gramas de laticínios por dia (1/2 xícara de leite por semana).

Além disso, os homens que consumiram cerca de 430 gramas de laticínios por dia enfrentaram um aumento ainda maior do risco quando comparados aos homens com zero ingestão de laticínios em suas dietas. Fraser aponta que os resultados tiveram variação mínima ao comparar a ingestão de leites integrais versus leites semidesnatados ou desnatados.

O estudo baseia-se na ingestão alimentar de mais de 28 mil homens norte-americanos com uma ampla gama de exposição a laticínios e cálcio, todos inicialmente livres de câncer. A ingestão alimentar foi estimada a partir de questionários de frequência alimentar (QFA) e recordatórios de 24 horas. Um questionário de linha de base incluiu dados demográficos, histórico familiar de câncer de próstata, atividade física, consumo de álcool, rastreamento de câncer de próstata e IMC.

Os pesquisadores então usaram registros estaduais para acompanhar o status de câncer de próstata dos participantes por um tempo médio de quase oito anos. Ao final do período do estudo, os registros estaduais de câncer revelaram 1.254 novos casos de câncer de próstata entre os participantes.

Como parte de sua análise, Fraser disse que ele e os coautores separaram a ingestão de cálcio não lácteo (de oleaginosas, sementes, crucíferos e outros vegetais verdes, legumes, frutas e cereais fortificados) da ingestão de laticínios.

Eles usaram um modelo estatístico para se concentrar na ingestão de alimentos lácteos, independentemente de outros fatores, como ingestão de cálcio não lácteo, histórico familiar de câncer de próstata, raça ou idade.

Os dados forneceram pouca evidência de uma associação entre a ingestão de cálcio e câncer de próstata incidente. “Uma interpretação é que os laticínios, ou algum fator de risco desconhecido intimamente associado, estão causalmente relacionados ao risco de câncer de próstata”, afirma o estudo.

Fraser enfatiza que as possíveis razões para essas associações entre câncer de próstata e leite podem vir do conteúdo de hormônios sexuais contidos no leite. Até 75% das vacas leiteiras em lactação estão prenhas e o câncer de próstata é um câncer responsivo a hormônios.

Além disso, relatórios anteriores associaram a ingestão de laticínios e outras proteínas animais com níveis sanguíneos mais elevados de um hormônio, fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1), que acredita-se promover certos tipos de câncer, incluindo próstata.

Um estudo anterior do Adventist Health Study-2 sobre os efeitos dos laticínios no risco de câncer de mama em mulheres relatou resultados semelhantes tanto no risco não uniforme, com aumento dos níveis de consumo, quanto na magnitude do risco, de acordo com Gary Fraser.

Clique aqui para acessar o estudo.

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Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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