Queimadas atingem Pantanal e ameaçam animais silvestres

No Refúgio Ecológico, o Instituto Arara-Azul mantém um polo de pesquisa que é referência há quase 30 anos em estudos e preservação da arara-azul (Fotos: Instituto Arara-Azul)

Na segunda-feira (9), um incêndio florestal atravessou o Rio Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, e com a força dos ventos e o tempo seco, se espalhou rapidamente pelo Refúgio Ecológico Caiman, de acordo com informações do Instituto Arara-Azul.

“Queimadas acontecem no Pantanal durante a época da seca. São queimadas naturais ou provocadas pelo homem que passam rápido pelos campos sem maiores consequências. Mas este ano foi diferente. Nos últimos dias, nosso refúgio ecológico sofreu o maior incêndio de sua história. Não apenas o Caiman, mas grande parte do Pantanal”, informa o instituto.

No Refúgio Ecológico, o Instituto Arara-Azul mantém um polo de pesquisa que é referência há quase 30 anos em estudos e preservação da arara-azul. “Um verdadeiro centro de reprodução da espécie, onde mais de 100 ninhos são monitorados todos os anos. Os dados ali colhidos e analisados são importantes para os resultados de conservação”, destaca.

E acrescenta: “Neste período reprodutivo temos 22 ninhos ativos com ovos e/ou filhotes, na propriedade. Até o momento, não registramos nenhuma perda direta nos ninhos monitorados, mas sabemos que os danos indiretos poderão ser catastróficos.”

Um grande problema com as queimadas no Pantanal é que independente de atingirem diretamente ou não os animais, os incêndios favorecessem a escassez de alimentos para muitos, o que acaba incorrendo em mais competição entre as espécies e em predação.

“Como a arara azul é uma espécie que se alimenta basicamente do fruto de duas palmeiras, com a queimada destas espécies.  a arara azul terá a alimentação bastante comprometida. Sabemos que a natureza irá se recuperar, porém o processo é lento”, enfatiza.

O Instituto Arara-Azul já está fazendo um levantamento do impacto das queimadas no Caiman:

“Nossas equipes, vizinhos, Corpo de Bombeiros, Exército, Ibama, Polícia Militar, moradores, uniram-se com empenho e solidariedade, empreendendo todos seus esforços para controlar o fogo, que agora está mais manso e isolado. Estamos, todos, muito empenhados em elevar esforços para reverter os danos causados por essa tragédia.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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