Quando tratamos animais como “cargas vivas” e os submetemos a todos os tipos de situações em oposição ao bem-estar animal, incluindo exportação, e apenas porque gera lucro, provamos o quanto o dinheiro está acima da dignidade e da capacidade em reconhecer que vidas não deveriam valer tão pouco.
No caso da exportação, cada animal, independente de origem, é forçado a uma jornada que dura no mínimo três semanas para morrer distante do local onde nasceu. Vive o não viver e morre sem tempo de se reconhecer.
Será que chegaram a circular “livremente” em algum momento de suas vidas sem qualquer interferência humana? Qual seria o sentimento predominante quando são empurrados para o fosso da desfaçatez e da miséria humana?
Se sucumbem a bordo, são moídos, se escapam de um acidente, morrem afogados ou são abatidos pouco depois de chegarem às margens. Se aportam em “segurança” são preparados para o abate sem atordoamento – golpe em forma de meia lua que faz o sangue descer enquanto se debate.
Essa é a realidade promovida por 20 países do mundo que exportam quantidades surpreendentes de animais vivos criados para consumo – milhares, dezenas de milhares e que somam milhões ao final do ano.
Em 2019, o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Animais Vivos (Abreav) disse que, com mais apoio do governo, a projeção já era de aumento de 25% na comercialização de gado vivo que parte do Brasil – crescimento que tem se concretizado.
Acredito que mais sujo do que um navio de exportação de “carga viva”, ainda que na desatenção pareça limpo, é o dinheiro que se lucra com essa violência contra a dignidade não humana.
Se refletisse com profundidade a respeito, como você se sentiria em ser dono de uma “carga” de milhares de animais submetidos a uma vida miserável para que possa encher os bolsos de dinheiro?
Uma atividade sem real impacto social positivo, e que existe como consequência de vivermos em um mundo onde uma minoria cria dezenas de bilhões de animais por ano para alimentar “todos” aqueles que não são pobres demais para pagarem por isso. A carne enquanto produto é um insulto moral, uma direta e simbólica representação da arbitrariedade.
Atualizado em 01/01/2022
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Usar a bíblia como defesa dos actos bárbaros é, no mínimo, uma falácia pouco inteligente. Neste caso, a ganância e a gula também são citadas?
não creio que alguém que seja uma boa pessoa concorde com tanta cobardia e sofrimento !!!!