This picture taken on February 13, 2019 shows pigs at a farm in Goudelin, western France. - Beyond the quality of their pork or beef, breeders must now guarantee that these animals have not suffered, an argument that is increasingly important for citizens-consumers. (Photo by Damien MEYER / AFP)
Desde que a Peste Suína Africana (PSA) começou a se alastrar pela Ásia em agosto de 2018, cerca de 6,2 milhões de porcos já foram sacrificados, o que significa aumento de 317 mil animais mortos desde o último levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) no final do mês passado.
Entre os países com animais contaminados pela doença estão China, Vietnã, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Filipinas, Mongólia, Camboja, Laos e Mianmar. Só na China foram identificados 158 focos da PSA em 32 províncias, incluindo Hong Kong.
E a proliferação da Peste Suína Africana (PSA) é uma consequência da massiva criação de porcos para consumo, já que milhões de animais são mantidos em condições de superlotação e precariedade sanitária para que suas carnes sejam consumidas no mercado interno e exportadas para o mundo todo.
A China responde por 51% da produção mundial de carne suína – abatendo mais de 700 milhões de porcos para consumo por ano. Esse cenário de alta produtividade e confinamento intensivo favorece o surgimento de doenças, já que são consequências da modernização no processo de industrialização da agricultura animal.
Sobre o assunto, a plataforma One Green Planet explica que mais da metade dos porcos do mundo vivem hoje na China e muitos deles estão em fazendas industriais, onde são mantidos em instalações com espaços bem reduzidos para cada animal, já que a meta é produzir o maior volume de carne no menor tempo possível.
Sendo assim, quem come carne financia esse processo. Afinal, a febre suína africana tem relação direta com os hábitos de consumo humano, já que a alta demanda por carne de porco motiva a criação desses animais nessas situações.
Além disso, não se pode ignorar que dezenas de doenças que atingem diferentes espécies de animais reduzidos a produtos surgiram ou se agravaram em decorrência da demanda por carnes, ovos e laticínios.
Outros exemplos são botulismo, enterotoxemia, dermatomicose, laminite, intoxicação por ureia, timpanismo, cisticercose, dermatite, pododermatite, clostridiose, acidose (aumento do ácido lático no rúmen), poliencefalomalácia, peste suína, doença de Aujesky, rinite atrófica, brucelose, doença de Glässer, doença do edema, enteropatia proliferativa, doença de Newcastle, salmonela e laringotraqueíte infecciosa.
Enfim, consequências de um mercado consumidor que hoje, mais do que nunca, obriga os animais a viverem em condições de vulnerabilidade e alta exposição ao surgimento de doenças.
Saiba Mais
A China é apontada como o maior mercado consumidor de carne de porco, chegando a 39,9 quilos per capita. No país, esse consumo é muito superior ao de carne de frango e carne bovina – que totalizam 8,3 e 6,1 quilos por pessoa a cada ano.
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