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Amsterdã quer que população consuma mais vegetais e menos alimentos de origem animal

(Foto: Pixabay)

No sábado (16), Amsterdã, nos Países Baixos, assinou o City Deal, um compromisso oficial do município com a criação de um “ambiente alimentar saudável e sustentável”, segundo informações do Het Parool.

Como parte dessa meta, Amsterdã quer chegar a 2030 com seus moradores elevando o consumo de vegetais e alimentos à base de vegetais e reduzindo o de alimentos de origem animal, que hoje são parte de até 61% da dieta de muitos moradores da capital neerlandesa.

Para garantir isso, a cidade também adotará medidas para expandir a variedade e circulação de alimentos saudáveis e sustentáveis principalmente em bairros vulneráveis e em torno de escolas e edifícios públicos.

Hotéis, restaurantes, cafés e supermercados também deverão melhorar o abastecimento de alimentos vegetais e terão de priorizar principalmente as produções locais.

Além da questão ambiental, outra grande motivação para a mudança é o aumento do sobrepeso e obesidade entre os neerlandeses. Em 2018, um estudo revelou que um em cada oito crianças estava acima do peso, de acordo com dados divulgados pelo Het Parool.

Alimentação de melhor qualidade

Nesse ritmo, até 2040 cerca de 62% dos adultos estarão acima do peso. Hoje a estimativa é de 39%. “Os números para os jovens em Amsterdã não são melhores. Cerca de 20% das crianças de até 11 anos estão acima do peso”, aponta a publicação.

“Em alguns distritos da cidade isso chega a quase um quarto. O excesso de peso ainda bem jovem aumenta o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e problemas psicológicos.”

A vereadora Simone Kukenheim considera os números preocupantes e acha estranho que lanches e outros produtos não saudáveis estejam disponíveis em quase todas as esquinas.

Autorizações de funcionamento e outras cidades

“Isso não ajuda a fazer com que os jovens tenham uma alimentação saudável. Para evitar que as crianças caminhem até a lanchonete após ou durante a escola, deve haver um ambiente alimentar saudável. Isso também significa acabar com as vendas de fast-food nas escolas.”

Outra medida a ser adotada como parte do City Deal é checar se é legalmente possível recusar autorizações para novas lanchonetes ou lojas que comercializem produtos não saudáveis.

Em Amsterdã, a iniciativa tem apoio de várias secretarias, associações, imobiliárias, centros comunitários e organizações de bem-estar social. Além de Amsterdã, Utrecht, Roterdã, Almere e Ede também assinaram o City Deal.

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David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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