Na série “Como me tornei vegana ou vegetariana?”, o VEGAZETA traz depoimentos de pessoas de várias regiões do Brasil, e também de fora do país, que se tornaram veganas, vegetarianas ou que abdicaram do consumo de carnes. O que será que motivou essa mudança? Uma experiência, uma história, um documentário, um filme, um artigo, um livro? Há muitas formas de alguém repensar o consumo de animais. Hoje, compartilhamos um pouquinho da história de transição de Dani Orind, Flaviana Léo e Joana Pereira.
Dani Orind, de Cabo Frio (RJ):
“Estava na faculdade e, em uma das aulas sobre impactos ambientais, meu professor passou o filme ‘A Carne é Fraca’ [do Instituto Nina Rosa]. Na metade do filme, fui embora aos prantos e nunca mais coloquei pedaços de animais mortos em minhas refeições. Com o tempo, vi que isso ainda não era suficiente e tirei animais também das minhas roupas, dos sapatos, dos cosméticos, dos produtos de limpeza. Todos os dias tenho feito o máximo pela libertação animal.”
Flaviana Léo, de Belo Horizonte (MG):
“Nasci com um sentimento de que comer carne e explorar os animais é algo muito errado. Na adolescência, comecei a achar que quem come carne/explora animais é perverso. Depois passei a considerar como pecado. Nunca consegui achar que comer carne fosse correto. Achava os churrascos sádicos! E eu sentia esse conflito em querer ser como as outras pessoas, ser aceita, mas eu julgava ser errado viver como os outros. Muito tempo depois é que me decidi e informei as pessoas que eu era vegetariana. Meus pais foram os primeiros a apoiar minha decisão. Depois de mais de 10 anos sem carne, passei a ser vegana. Não sinto falta de produtos de origem animal e minha comida é maravilhosa! Eu gostaria que o mundo fosse vegano – mas entendo que cada pessoa tem sua história. Tenho tios fazendeiros que são ótimas pessoas, mas com uma percepção antagônica à minha em relação aos animais. Algumas pessoas dizem que ‘não existem veganos’. Mas o nome que me derem, não importa! O que me importa é que não sou perfeita, e que vivo feliz e com a consciência tranquila em saber que faço as minhas escolhas, e minhas escolhas são sempre as melhores que pude fazer e se baseiam em não explorar os animais, dentro do possível.”
Joana Pereira, de Alcobaça (Portugal):
“Nasci numa aldeia em uma quinta em que matar animais para comer é algo normal. Confesso que ao início, quando era bem pequena, não me fazia nenhum transtorno, mas à medida que comecei a ter consciência, se tornava cada vez mais insuportável. Ver coelhos serem mortos com uma paulada na cabeça e esfolados, ou os gritos de um porco, são memórias bem vivas ainda. Houve um dia em que uma vaquinha dócil que eu às vezes alimentava e dava água ia ser morta. Ela sabia que ia morrer, hoje sei disso. Foi puxada por um trator e ela não queria ir. Sabia que quem saia dali nunca mais voltava. Nos dias da matança de porco, eu ia para o meu quarto e fechava os olhos e tapava os ouvidos para não ouvir os gritos. Hoje, choro quando me lembro disso. Nessa altura, eu ajudava minha mãe a preparar a carne. Hoje é impossível eu mexer nela. Não posso ver, cheirar nem cozinhar. Bem, com isto tudo, quero dizer que mudei por eles e depois também por mim e pela minha saúde.”
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