“Eu tinha 10 anos e minha mãe me mandou ir ao matadouro comprar cérebro de boi. Chegando lá, vi o boi ser amarrado ao poste central. Foi enfiado um punhal em sua jugular, ele começou a sangrar, foi perdendo as forças, ajoelhou e então olhei em seus olhos. Depois de morto, foi içado e enfiaram uma mangueira em um buraco feito não sei como; então o cérebro saiu inteirinho. Por fim, eles enfiaram o cérebro em um saco plástico e me entregaram. Peguei e paguei. Quando cheguei em casa, minha mão fez o cérebro e me obrigou a comer. Virei vegano naturalmente. O trauma marcou a minha existência.”
Depoimento de José Cláudio Tavares, sobre um episódio que marcou sua infância há 45 anos, em Alegre, no Espírito Santo.
O corpo bovino na água foi visto como carne perdida, não uma morte a ser…
Uma criança viu pela primeira vez um peixe sendo tirado da água. Lutava com o…
Ver o interesse dos animais não significa querer ou fazer com que esse interesse prevaleça,…
Há muito tempo quem mata animais no matadouro é associado à crueldade. Encontramos exemplos em…
Esta semana, quando um boi teve morte súbita a caminho de um matadouro no Paraná,…
Em “A lição de sabedoria das vacas loucas”, Lévi-Strauss cita como Auguste Comte, mais conhecido…
Visualizar comentários
Algo parecido aconteceu comigo quando eu era bem novo, minha mãe colocou num prato fundo algo muito estranho que ela iria servir frito. Eu perguntei à ela o que era aquilo e ela me disse que era miolo. Como assim miolo? É cérebro de boi meu filho, coma que é bom. Neguei e não comi. Não como carne há muitos anos. Me sinto bem e tranquilo comigo mesmo pois o meu corpo não é um necrotério e nem cemitério.
Onde há assassinato não pode haver paz de espírito. Não coloco a morte em meu prato. Para mim me alimentar de um animal é o mesmo que matar e comer um ser humano. Não dá.