Eu era criança e estávamos na divisa entre o Paraná e o Mato Grosso do Sul. Meu pai lançou o anzol de cima de uma balsa. Não sei se para a sorte dele ou azar do peixe, um pequeno dourado, talvez ainda inexperiente nas águas do Rio Paraná, fisgou a isca.
Meu pai o puxou no mesmo instante em que a vara tremulou. A poucos metros de distância, vi o dourado sendo içado a contragosto – se contorcendo, preso ao anzol. Mesmo miúdo, se debatia com violência, não sei se por instinto ou paixão – ou os dois, num sobressalto para não ceder à morte. Notei desespero nos olhos vibrantes daquele pequeno animal que cintilava com a luz que precede o poente.
Foi como testemunhar um ser humano se afogando, e me recordei de quando ainda muito ingênuo, quase fui engolido pelo mar. O desespero do dourado não parecia diferente do meu enquanto me afogava – durou mais do que segundos, talvez tenha sido uma eternidade. Mas quando meu pai percebeu a minha reação de espanto e a de meu irmão, ele o lançou de volta.
O peixe partiu veloz, recortando as águas do Rio Paraná. E o sol que até então iluminava somente o leito do rio, aqueceu nossas cabeças por um instante. Eu já não sentia ou reconhecia a chegada da morte, somente da vida que prevalecia e resplandecia.
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