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Casal deixa de servir carne de cachorro e abre restaurante vegano no Camboja

Syna e Mong: “A verdadeira compaixão se estende a todas as espécies animais humanas e não humanas!” (Foto: Divulgação)

Em 2017, Syna e Mong tomaram a decisão de parar de comercializar carne de cachorro em seu restaurante nos arredores de Phnom Penh, no Camboja, para investir em um restaurante vegano em outro local. O casal conta que oferecer pratos com carne de cachorro fazia do próprio restaurante um ambiente sombrio, em que animais assustados eram abatidos simplesmente para o preparo de um prato vendido por dois dólares.

Syna e Mong relatam que diversos comerciantes de Phnom Penh e Siem Reap, a primeira cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes e a segunda com aproximadamente 200 mil, estão seguindo o mesmo caminho, deixando um passado de violência contra outras espécies para trás. Eles informam na página do restaurante Sabay Vegilicious que escolheram uma maneira mais amigável e mais compassiva de ganhar a vida e de educar os filhos.

A transição de um restaurante de carne de cachorro para um restaurante vegano teve o apoio de Marc Ching, da Animal Hope and Wellness Foundation (Fundação Esperança e Bem-Estar Animal), uma organização internacional que se dedica a desenvolver campanhas e projetos para acabar com o comércio de carne de cachorro na Ásia.

“Um novo local foi encontrado, equipamento de cozinha comprado e o treinamento com um chef especializado em cozinha vegana concluído”, revelam. Como Syna e Mong teriam de abandonar completamente o passado, o casal recebeu recursos da fundação para cobrir aluguel, utilidades e ingredientes nos primeiros meses após a abertura do restaurante inaugurado em março.

“Obrigado por me dar algo de que eu possa me orgulhar, e a chance de fazer o certo com a minha família. Os cães são tão amigáveis ​​e leais aos humanos, e ainda assim são tratados de maneira tão miserável. Mas aqui neste restaurante eles são bem-vindos”, enfatiza Mong.

Além disso, o casal destaca que o consumo de carne de cachorro vai contra as crenças locais e a fé budista se opõe ao consumo de animais. “A verdadeira compaixão se estende a todas as espécies animais humanas e não humanas!”, declaram e acrescentam que todo mundo pode fazer algo muito simples no cotidiano – a cada refeição, optar pela vida em vez da morte.

David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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