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Dieta à base de vegetais alivia dores da artrite reumatoide

Foto: PCRM/Divulgação

Uma dieta sem alimentos de origem animal pode garantir mais qualidade de vida pra quem sofre de artrite reumatoide. A conclusão é de um estudo realizado pelo Comitê Médico pela Medicina Responsável dos EUA (PCRM) e publicado este mês no American Journal of Lifestyle Medicine. Os participantes do estudo também perderam peso e melhoraram os níveis de colesterol.

“Uma dieta à base de vegetais pode ser a receita para aliviar a dor nas articulações para milhões de pessoas que sofrem de artrite reumatoide”, diz Neal Barnard, principal autor do estudo e presidente do PCRM.

A artrite reumatoide é uma doença autoimune comum que normalmente causa dor nas articulações, inchaço e, eventualmente, danos permanentes nas articulações.

No início do estudo do Comitê Médico, os participantes usaram uma escala analógica visual (VAS) para classificar a gravidade de sua pior dor nas articulações nas duas semanas anteriores: de “sem dor” à “dor tão ruim quanto possível”.

O Disease Activity Score-28 (DAS28), usado para avaliar a intensidade da artrite de cada participante, foi calculado com base em articulações sensíveis, articulações inchadas e valores de proteína C reativa, que indicam inflamação no corpo.

Durante o estudo, 44 ​​adultos previamente diagnosticados com artrite reumatoide foram divididos em dois grupos por 16 semanas. O primeiro grupo seguiu uma dieta à base de vegetais por quatro semanas, com a eliminação de alimentos adicionais por três semanas – com reintrodução dos alimentos eliminados individualmente ao longo de nove semanas.

Não foram fornecidas refeições, e os participantes realizaram o preparo e a compra dos próprios alimentos, com orientação da equipe de pesquisa. O segundo grupo seguiu uma dieta irrestrita, mas foi solicitado tomar uma cápsula de placebo diária, que não teve efeito no estudo. Em seguida, os grupos trocaram de dieta por 16 semanas.

Durante a fase sem alimentos de origem animal, o DAS28 diminuiu dois pontos em média, indicando uma maior redução na dor nas articulações em comparação com uma diminuição de 0,3 na fase placebo.

O número médio de articulações inchadas diminuiu de 7,0 para 3,3 na fase sem alimentos de origem animal, enquanto esse número aumentou de 4,7 para 5 na fase placebo. Para aqueles que completaram o estudo, as classificações VAS também melhoraram significativamente na fase sem alimentos de origem animal em comparação com a fase placebo.

A dieta à base de vegetais também levou a maiores diminuições no DAS28 em uma subanálise que excluiu os indivíduos que aumentaram os medicamentos durante o estudo e outra subanálise limitada aos participantes que não fizeram alterações na medicação.

Além das reduções na dor e no inchaço, o peso corporal diminuiu cerca de 6,3 quilos em média em comparação com um ganho de quase um quilo na dieta placebo. Houve também maiores reduções no colesterol total, LDL e HDL durante a fase sem alimentos de origem animal.

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David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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