Meio Ambiente

Dieta à base de vegetais pode reduzir emissões de CO2 em oito gigatons

Para a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen, momento é de adotar dietas ricas em vegetais (Foto: Randall Beans)

Um relatório publicado no último dia 1°, como resultado de uma parceria entre WWF, ONU, EAT e Climate Focus, aponta que os atuais sistemas alimentares, que envolvem desde a produção até o consumo de alimentos, respondem por até 37% das emissões de gases de efeito estufa, e em grande parte isso se deve à agropecuária.

O relatório “Enhancing NDCS for Food Systems” revela que dietas mais sustentáveis, que priorizam vegetais, podem evitar até oito gigatoneladas de emissões de carbono por ano.

Somando esse número com a redução do desperdício de alimentos, o total sobe para 12,5 gigatoneladas – o que equivale às emissões geradas por 2,7 bilhões de automóveis.

O mesmo trabalho lamenta que os governos não têm discutido com seriedade sobre a importância de uma nova maneira de se alimentar e muito menos estão adotando estratégias eficazes.

Alimentação atual pode piorar aquecimento global

Outro apontamento preocupante é que os atuais sistemas alimentares seguem em uma direção em que será impossível limitar o aquecimento global a 1,5ºC.

“Compromissos ambiciosos, mensuráveis e com prazos determinados para a transformação dos sistemas alimentares são necessários se quisermos alcançar um futuro de 1,5ºC. Falhar nisso é ignorar um dos principais fatores da crise climática atualmente”, reforça o diretor-geral da WWF-International, Marco Lambertini.

Uma mudança na maneira como produzimos alimentos e os consumimos também é importante considerando aspectos como preservação da biodiversidade e prevenção de doenças, incluindo zoonoses, conforme o relatório.

Para a diretora-executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), Inger Andersen, a pandemia expôs a fragilidade dos nossos sistemas alimentares e que o momento é de adotar dietas ricas em vegetais.

“Cabe a nós aproveitar essa oportunidade e colocar os sistemas alimentares sustentáveis no centro da recuperação verde”, afirma.

Saiba Mais

Oito gigatoneladas equivalem a oito bilhões de toneladas.

David Arioch Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR), mestre em Estudos Culturais (UFMS) com pesquisa com foco em veganismo e fundador da Vegazeta.

Visualizar comentários

  • Claro que me preocupam as emissões de CO 2, gases de efeito estufa, derretimento das calotas polares, aquecimento global e contaminação de aquíferos, afinal isso acontece no Planeta que me destinaram para viver; mas o que me aperta o coração mesmo e me deixa um "caco de gente" e um "farrapo de pessoa" é não poder salvar o boi assassinado AGORA no inferno do Matadouro, o porco e a galinha mortos sem nenhuma compaixão, desesperados e sozinhos, suplicando misericórdia ao Deus dos animais, que deveria ser o nosso Mesmo Deus, também, só que não é. Não é.

Posts Recentes

E se você fosse insensibilizado e morto contra a sua vontade?

Vamos considerar que alguém seja insensibilizado para ser morto contra a sua vontade. Isso torna…

2 semanas ago

Quem gostaria de sofrer como um peixe?

No filme “Fish Tank”, lançado no Brasil como “Aquário”, de Andrea Arnold, há uma cena…

2 semanas ago

Por que fazemos com animais o que psicopatas fazem com humanos?

A série “Monstro: A História de Ed Gein”, da Netflix, traz uma cena no segundo…

2 semanas ago

Não faz sentido dizer que veganos matam mais animais

Chamam a atenção os esforços que pessoas que se opõem ao veganismo fazem para tentar…

3 semanas ago

O consumo humano como miséria dos animais

No romance “Ponciá Vicêncio”, de Conceição Evaristo, há um momento em que Ponciá está deitada…

3 semanas ago

A vaca como “escrava do homem”

Há um momento no livro “Quarto de Despejo” em que Carolina Maria de Jesus reflete…

3 semanas ago