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Fábrica de móveis usa fibra de maçã em vez de couro

“Esse novo material de base biológica evita que as cascas e os bagaços sejam depositados em aterros e é uma adição harmoniosa a outras opções ecológicas (Foto: Gus* Modern)

A Gus* Modern, uma fábrica de móveis canadense, está usando fibra de maçã em vez de couro. A matéria-prima é produzida na Itália a partir de cascas e bagaços descartados pela indústria de suco da fruta.

Batizado como Vegan AppleSkin Leather, o material faz parte da Coleção de Outono 2020 da marca, o que inclui sofás e espreguiçadeiras.

“Estamos entusiasmados em lançar um material vegano inovador, criado com componentes reciclados”, disse em comunicado oficial o vice-presidente de vendas da Gus *, Anthony Santino.

“Esse novo material de base biológica evita que as cascas e os bagaços sejam depositados em aterros e é uma adição harmoniosa a outras opções ecológicas.” Segundo a marca, seus produtos hoje estão disponíveis em 150 varejistas na América do Norte, América do Sul, Ásia e Austrália.

Maçã em nome da sustentabilidade

No início de 2019, o designer e arquiteto francês Philippe Starck anunciou uma coleção de móveis revestidos com fibra de maçã. A matéria-prima que substitui o couro recebeu o nome de Apple Ten Lork e foi desenvolvida pela empresa italiana Frumat, que recicla resíduos biológicos industriais para criar produtos sustentáveis.

Já em junho deste ano, a startup dinamarquesa Beyond Leather Materials que, em substituição ao couro, está investindo em vestuário e acessórios à base de fibra de maçã, venceu o Clim@ 2020, evento internacional que seleciona e premia a melhor iniciativa para um mercado mais sustentável.

Segundo a Beyond Leather, que pretende oferecer seus produtos sustentáveis em escala comercial, para fazer um metro quadrado de alternativa ao couro são utilizados cinco quilos de polpa de maçã, matéria-prima que na indústria e em restaurantes normalmente é descartada em grandes quantidades.

Foto: Gus* Modern
David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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