Categorias: Notícias

Prefeito de Jaú (SP) sanciona lei que eleva crueldade animal a patrimônio cultural

Foto: PETA

Assim como Caçapava (SP), Jaú (SP) também sancionou uma lei que eleva a crueldade animal a patrimônio cultural. Depois de ser aprovado pela Câmara, o PL que reconhece provas equestres como patrimônio cultural, que têm sua realização dependente do uso de instrumentos que causam dor aos animais, visando condicionamento, controle e obediência do animal, foi sancionado como lei pelo prefeito Ivan Cassaró (PSD).

O partido que o prefeito integra é o mesmo da vereadora Telma Vieira, de Caçapava, que se identifica como ‘Telma Protetora de Animais’ e que apresentou e garantiu a aprovação de um PL com o mesmo objetivo, aprovado e sancionado como lei em Caçapava.

O PSD é um dos partidos com nomes que têm se destacado no cenário nacional em relação à defesa do uso de animais como entretenimento. O deputado federal Fábio Mitidieri (PSD-SE), por exemplo, tem sido o relator de projetos de lei na Comissão do Esporte que tem garantido o avanço de todas as propostas que fortalecem o uso de animais em rodeios, vaquejadas e outras “provas” com animais.

Em Jaú, o PL foi proposto por Leandro Passos (PSD), Chico Quevedo e Bill Luchesi (Cidadania), Fábio Eduardo de Souza (PSDB), Jefferson Vieira (PL) e Luiz Henrique Chupeta (PP). Além dos autores, a proposta foi apoiada por Borgo, Carlos Lampião, José Segura, João Brandão, Leandro Passos, Marcos Brasil, Maurílio Moretti e Tito Coló Neto.

Apenas quatro vereadores votaram contra o projeto de lei – Luizinho Andretto (Republicanos), Mateus Turini (PDT), Paulo Gambarini (Pros) e Rodrigo de Paula (PP). “É mais um projeto de lei que lesa os animais transformado em lei na surdina, sem debate, sem audiência pública, sem atualizações sobre tramitação na Câmara. Além disso, recebeu parecer contrário da então secretária de proteção aos animais da cidade”, critica Mariana Bedesco Zampieri, autora de um abaixo-assinado que exige a revogação da lei.

“Há estudos e laudos que comprovam que provas equestres são maus-tratos.”

Clique aqui para ter acesso ao abaixo-assinado que apresenta links para os estudos e laudos citados.

David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

Posts Recentes

Quando uma criança viu o sofrimento de um peixe

Uma criança viu pela primeira vez um peixe sendo tirado da água. Lutava com o…

22 horas ago

O animal não cabe dentro do interesse humano

Ver o interesse dos animais não significa querer ou fazer com que esse interesse prevaleça,…

2 dias ago

Se quem mata animais profissionalmente é cruel, devemos nos perguntar, é cruel em nome de quem?

Há muito tempo quem mata animais no matadouro é associado à crueldade. Encontramos exemplos em…

3 dias ago

A morte é uma libertação para o animal explorado?

Esta semana, quando um boi teve morte súbita a caminho de um matadouro no Paraná,…

5 dias ago

No século 19, Comte observou que humanos estavam tratando outros animais como “laboratórios nutritivos”

Em “A lição de sabedoria das vacas loucas”, Lévi-Strauss cita como Auguste Comte, mais conhecido…

6 dias ago

Homem que trabalhou em matadouro reconhece crueldade do abate

Conheci a história de um homem que trabalhou em um matadouro abatendo cerca de 500…

7 dias ago