Na nossa sociedade, uma pessoa pode defender o “abate humanitário” ou alegar “que nem todos os animais sofrem diante da morte”, mas é preciso ponderar sobre algo essencialmente importante. Enquanto os animais não humanos forem objetificados e vistos como produtos, sempre vai existir pessoas e indústrias baseadas na exploração de animais tentando reduzir despesas e ampliar os lucros o máximo possível.
Se para isso for necessário que o animal sofra um pouco mais, em menor ou maior proporção, acredito que sempre teremos pessoas e empresas que lucram com esse mercado que não pensarão duas vezes antes de seguirem por esse caminho.
Até porque os métodos mais cruéis de abate, e que não são tão incomuns como muita gente tenta crer (ainda mais em um país com uma população que consome inclusive carne adulterada e de origem clandestina), são aqueles que requerem menos despesas para o ser humano e grandes prejuízos aos seres reduzidos a produtos.
Os animais não humanos são os que mais sofrem em decorrência de hábitos baseados no consumo de alimentos de origem animal. Outro fato a se considerar é que se há animais vivendo em situação degradante é porque sempre há pessoas dispostas a comprar o resultado dessa exploração.
Infelizmente, sabemos que para muitos pouco importa realmente a origem de qualquer alimento, se houve privação ou sofrimento, desde que este alimento, cárneo ou não, possa proporcionar algum tipo de prazer, por mais efêmero que seja.
Sendo assim, a forma mais eficaz de não contribuir com isso é se abster de consumir alimentos e outros produtos de origem animal. Afinal, não podemos desconsiderar que toda exploração envolve algum tipo de privação, condicionamento ou violência e que, mais cedo ou mais tarde, culmina em morte.