A organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA) divulgou este mês uma entrevista com uma ex-funcionária da Tyson Foods. A multinacional sediada nos EUA é uma das maiores empresas de processamento de carne do mundo.
Lakesha Bailey deixou o trabalho em maio, por receio de transmitir a covid-19 para sua mãe. A preocupação se intensificou depois que o matadouro onde trabalhava no estado da Virgínia identificou 257 funcionários contaminados com o novo coronavírus.
Segundo Lakesha, quem trabalha na linha de abate da Tyson Foods precisa degolar pelo menos 28 frangos por minutos – o que significa 12 mil frangos mortos por turno por cada funcionário. Além da violência incessante contra os animais, ela relatou que é impossível manter distanciamento social nesse tipo de trabalho.
Chão cheio de sangue e fluidos corporais
Ainda assim, o tempo dos funcionários é cronometrado, porque se ficam abaixo da meta recebem uma advertência. “Como você pode se distanciar socialmente com demandas tão altas? É realmente impossível”, reclamou Lakesha.
Segundo a ex-funcionária, é comum o chão da linha de abate ficar encharcado de sangue, urina e outros fluidos corporais. “Há uma boa chance de que o suor possa cair sobre o produto por causa do calor”, disse.
De acordo com a PETA, a realidade do abate citada por Lakesha, que envolve uma grande empresa de produtos de origem animal, é prática cotidiana da indústria da carne.
Para a organização, a melhor forma de combater isso é deixando de contribuir com esse sistema, ou seja, abdicando do consumo de frango e tornando-se vegano.