Em 1974, o deputado federal e poeta JG de Araújo Jorge (1914-1987), que ficou conhecido por suas mensagens sociais e políticas, defendeu o fim dos experimentos com animais em escolas de todo o país.
“Tenho recebido dezenas de cartas de pais que reclamam contra tal prática, pelos traumas e pelas várias consequências negativas no espírito das crianças, muitas delas chocadas e sensíveis ao que assistem. E há que ressaltar os aspectos psicológicos decorrentes de tais práticas […]”, argumentou no Projeto de Lei 2253/1974.
Segundo Araújo Jorge (PDT-RJ), “no amor aos animais se encontram certamente as raízes primárias de todo e qualquer gesto filantrópico humano”.
Também no PL, o deputado cobrou isenção de pagamento de impostos em benefício de entidades que atuam em defesa dos animais.
“São, afinal, também, sociedades filantrópicas, pois ao tratarem e protegerem os animais, estão, em última análise, protegendo a todos nós, já que é indissociável nossa convivência com eles.”
No tempo das carrocinhas
JG de Araújo Jorge pediu ainda que pessoas de baixa renda fossem excluídas de cobrança de multa equivalente a um terço do salário mínimo da época para recuperarem cães capturados pela “carrocinha”.
“Muitas vezes seus proprietários são pessoas modestas, que não têm condições de pagar a multa que se exige, um terço do salário mínimo, para a liberação do animal. Desta maneira, só no caso de reincidência seria aplicada a multa, e em proporções mais reduzidas [de um quinto do salário mínimo]”, declarou.
A medida também visava coibir que cães capturados fossem mortos, já que a falta de dinheiro para custear a multa e o curto prazo para pagá-la facilitava a matança de animais. A proposta não foi aprovada e deixou de tramitar na Câmara em 1979.
Uma resposta
Humanos sao cada vez mais raros.