Imparcialidade é uma ilusão teórica sem respaldo filosófico

Imparcialidade é uma ilusão teórica sem respaldo filosófico. Ainda criança, a partir do momento que você começa a enxergar o mundo, você se torna parcial, seja influenciado por suas razões, sentimentos, crenças, familiares, amigos, conhecidos ou até mesmo pela sua própria autoavaliação. Na faculdade de jornalismo um ou outro professor falava com certo romantismo da tal imparcialidade, mas essa imparcialidade também é parcial.

Quando alguém escolhe uma pauta, considerando importância e relevância, ou mesmo interesses particulares, editoriais ou empresariais, há parcialidade nisso; quando alguém constrói um texto, quando alguém abdica de um assunto ou suprime uma ideia e um parágrafo, isso é ser parcial. Quando alguém delimita uma abordagem…Até mesmo o uso e a escolha das palavras é ser parcial. Afinal porque escolhe-se esta e não aquela?

Escolhas são manifestações claras ou subjetivas de parcialidade. Então quando alguém diz que devo ser imparcial, acho que isso não faz o menor sentido. Viver é ser parcial, em menor ou maios proporção, mas muitas vezes chamamos de “parciais” somente aqueles com quem não concordamos, e obviamente que em crítica, consubstanciada ou vazia, de seu trabalho.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

2 respostas

  1. Sim, Porém em tudo devemos ter o equilíbrio, uma medida, e essa pacialidade ao nível radical e extrema é maléfica. E em alguns segmentos profissionais a imparcialidade deve ser uma “obrigação” para que se obtenha um serviço de excelência ex: jornalismo, na área da justiça, gestão de pessoas , medicina, etc…

  2. A imparcialidade é fundamental. Isso sim é viver de verdade. Alguma parcialidade pode ser involuntária por diversos fatores. Mas é o que se deve buscar sempre.

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