O Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014, durante o governo de Dilma Rousseff, está sendo questionado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O motivo é que agora, seis anos depois, a pasta reprova as recomendações dietéticas que incluem a redução do consumo de alimentos de origem animal, assim como evitar o consumo de alimentos ultra-processados.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que também é pecuarista, deixou claro que vê as recomendações como prejudiciais à agropecuária. Isso veio à tona por meio do vazamento de uma nota encaminhada ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em que manifesta preocupação e reprovação em relação ao Guia Alimentar.
Tereza Cristina classificou as recomendações como equivocadas e pseudocientíficas. “A recomendação mais forte nesse momento é a imediata retirada das menções à classificação ‘NOVA’ no atual guia alimentar e das menções equivocadas, preconceituosas e pseudocientíficas sobre os produtos de origem animal”, diz a nota.
O Ministério da Agricultura chegou a refutar a consideração de que a diminuição do consumo desses produtos ajude a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, que contribuem com o aquecimento global, assim como o desmatamento e o uso da água. O Mapa diz que o caminho não é a redução, mas a “adoção de políticas de produção de alimentos de origem animal com baixa emissão de carbono”.
No entanto, vale lembrar que o Brasil vive um momento delicado envolvendo desmatamento, queimadas e incêndios florestais associados à produção pecuária.
Ontem (18), o Ministério da Agricultura negou que encaminhou ao Ministério da Saúde sugestões para alteração no Guia Alimentar para a População Brasileira. “O assunto está sendo debatido internamente, em Câmaras Setoriais do Mapa, tendo como referência princípios científicos”, alegou.
Segundo o Mapa, os textos que circulam nas redes sociais são minutas de documentos internos e apenas sugerem a revisão do Guia Alimentar.
“Destacamos que o debate está em estágio inicial e certamente todos os setores da sociedade ligados ao tema serão ouvidos.”
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