O que você precisa saber sobre a realização de testes em animais na China

Há produtos fabricados e comercializados na China que não exigem a realização de testes em animais (Imagem: Schimbasni)

Para muitas pessoas que condenam a realização de testes em animais, um produto cosmético proveniente da China ou comercializado na China é sempre sinônimo de crueldade contra animais. Mas será que isso realmente é verdade?

Ainda há muitas informações conflitantes a respeito desse assunto, mas há algum tempo a Humane Society International (HSI) disponibilizou informações sobre o que a legislação chinesa diz especificamente sobre o assunto.

De fato, o governo chinês exige que cosméticos estrangeiros comercializados no país sejam testados em animais, mas permite que cosméticos considerados comuns produzidos no país não sejam testados em animais. Por outro lado, cosméticos estrangeiros ou produzidos internamente que se enquadram como “de uso especial” ainda requerem testes em animais.

No entanto, cosméticos chineses voltados para exportação jamais exigiram testes em animais. Além disso, cosméticos comprados diretamente da China por meio de sites ou outro tipo de comércio eletrônico também nunca exigiram testes em animais.

Embora a China ainda não seja um país exemplar se tratando de legislação em benefício dos animais, isso não quer dizer que sempre que encontramos um produto cosmético com selo ou inscrição “Made in China” significa que tenha sido testado em animais.

Outra informação repassada pela Humane Society International é a de que empresas que não concordam com a realização de testes em animais podem tranquilamente produzir seus produtos na China, sem necessidade de testá-los em animais, desde que seus produtos não sejam vendidos em lojas físicas chinesas.

Vale destacar que algumas mudanças significativas surgiram na China nos últimos anos. Em 2014, o Departamento de Administração de Alimentos e Medicamentos da China começou a desenvolver os primeiros métodos de testes alternativos à realização de testes em animais, o que motivou a decisão de permitir que cosméticos de uso “não especial”, como perfumes e produtos de cuidados com as unhas pudessem ser produzidos sem a realização de testes animais.

Já em setembro de 2016, o Instituto Zhejiang inaugurou um laboratório em colaboração com o Institute for In Vitro Sciences, dos Estados Unidos. Desde então, cientistas chineses estão sendo treinandos para desenvolverem testes com células e tecidos criados artificialmente, segundo a Bloomberg.

Claro que essas mudanças surgiram no decorrer dos anos como consequência da pressão nacional e internacional de ativistas e organizações em defesa dos direitos animais. Porém, tudo indica que a China também está caminhando para futuramente abdicar da substituível realização de testes em animais.

Referências

Humane Society International. China Implements Rule Change in First Step Towards Ending Animal Testing of Cosmetics.

Bloomberg News. Here’s How China Is Moving Away From Animal Testing.

 

 

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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