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Por que as algas são as proteínas do futuro

As algas podem crescer tanto no deserto quanto em oceanos, lagoas e aquários – o que as coloca em vantagem sobre todas as proteínas de origem animal produzidas no mundo (Acervo:; SuperFoodsRx)

Um artigo publicado recentemente pela CNN, intitulado “Experts say algae is the food of the future. Here’s why.”, explica por que especialistas estão certos quando afirmam que as algas são as proteínas do futuro. Além de serem saudáveis e ricas nutricionalmente (40% da sua composição são proteínas), não exigem água doce para se desenvolverem – ao contrário da criação de gado e da agricultura industrial que demandam 70% da água doce disponível.

As algas podem crescer tanto no deserto quanto em oceanos, lagoas e aquários – o que as coloca em vantagem sobre todas as proteínas de origem animal produzidas no mundo. Além disso, não demandam grandes cuidados. Por isso, empresários estão reconhecendo nas algas um bom investimento que mira o futuro.

Um exemplo é a empresa iWI que, em Columbus, no Novo México, a poucos passos da fronteira, está cultivando uma variedade de algas em grande escala, em uma fazenda com mares verdes até onde a vista alcança. “São 900 acres – 98 dos quais estão atualmente sendo cultivados – e opera o ano todo”, informa Rachel Crane, jornalista da CNN, que aprovou o sabor das algas cultivadas na localidade.

Rebbeca White, vice-presidente de operações da iWI explicou à jornalista que há centenas de milhares de variedades de algas no mundo e apenas um subgrupo com algas malcheirosas e viscosas – o que é uma exceção entre tantas. Como resultado dessa produção, a empresa já está comercializando lanches à base de algas e também proteína de algas em pó.

Segundo o CEO da iWI, Miguel Calatayud, no futuro as algas farão parte de uma cadeia alimentar regular para os seres humanos. “Vai ser ótimo para todos nós e para o nosso planeta”, enfatiza. Quando a população mundial que hoje é de 7,6 bilhões chegar a 10 bilhões, o CEO crê que a produção de proteínas de origem animal pode entrar em colapso. “Não haverá terra arável suficiente [para a produção de carne], e o que é ainda mais importante, não haverá água fresca suficiente”, prevê Calatayud.

David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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