Produção de alternativas à carne e aos laticínios poderá ser 100 vezes maior até 2050

Foto: Bianca Zapatka

De acordo com um relatório divulgado esta semana pelo Credit Suisse, a produção global de novas alternativas à carne e aos laticínios poderá ser 100 vezes maior até 2050 em resposta à demanda, com o mercado chegando a um valor de pelo menos 1,5 trilhão de dólares.

“Vemos um forte potencial de crescimento para alternativas às proteínas de origem animal. Isso significa que pode haver muitas oportunidades de investimentos nos próximos anos”, avalia o Credit Suisse, banco suíço que também opera no Brasil.

O relatório destaca que uma mudança em direção a uma dieta mais baseada em vegetais parece inevitável para que o sistema alimentar global se torne mais sustentável.

Segundo o Credit Suisse, as pesquisas sugerem que uma dieta à base de vegetais não apenas tem uma intensidade de emissão de carbono que é cerca de 90% menor do que de uma dieta convencional, com alimentos de origem animal, como também oferece benefícios com potencial de reduzir o número de mortes prematuras entre adultos em cerca de 11 milhões.

Gases de efeito estufa

“A produção e o consumo de alimentos contribuem com mais de 20% para as emissões globais de gases de efeito estufa e são responsáveis por mais de 90% do consumo mundial de água doce. O provável crescimento da população mundial para 10 bilhões em 2050 poderia aumentar as emissões relacionadas aos alimentos em outros 46% enquanto a demanda por terras agrícolas poderia aumentar em 49%”, aponta o relatório.

O Credit Suisse avalia que esses dados são incompatíveis com a necessidade de alcançar globalmente um ambiente de emissão líquida zero até 2050. “Se quisermos cumprir essa meta, precisamos mudar o que comemos, quanto comemos e como produzimos nossos alimentos.”

Mudando o sistema alimentar global

Conforme o relatório, mudando o sistema alimentar global, beneficiamos o ecossistema global e a saúde humana.

“Mas ainda temos um longo caminho a percorrer para chegar lá: hoje quase 700 milhões de pessoas estão desnutridas enquanto 40% da população adulta mundial tem sobrepeso ou obesidade. Alguns estudos sugerem que mais de 20% do total de mortes de adultos com 25 anos ou mais podem ser atribuídos a hábitos alimentares inadequados, causando grande sofrimento humano, além de prejuízos à economia”, avalia.

“Precisamos produzir e consumir alimentos saudáveis e mais baratos para restaurar a saúde dos humanos e do planeta. Para fazer isso, governos, empresas e cidadãos devem apoiar esse tópico e pressionar por ações.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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