Respeitando os animais, reconhecemos o valor da vida não humana

O primeiro e mais importante passo é entender que não temos o direito de interferir negativamente em suas vidas (Ilustração: Hartmut Kiewert)

Assim como o escritor sul-africano J.M. Coetzee, acredito que o amor aos animais não deve ser prioritário na consideração ao direito à vida não humana, mas sim o respeito. O respeito sim deve ser uma premissa básica. Creio que seja um erro quando restringimos o discurso a favor dos animais ao amor, até por uma questão óbvia – nem todas as pessoas amam os animais.

E devo condená-las por isso? De modo algum. Muitas pessoas desgostam de outras, mas nem por isso fazem algo contra elas. E por que? Porque em primeiro lugar deve prevalecer o respeito. Outras formas de exploração não chegaram ao fim por causa de amor.

Essa é a realidade do mundo não romanesco em que vivemos. Veganos não precisam amar animais; não precisam tutelar animais, nem mesmo conviver com os animais. O primeiro e mais importante passo é entender que não temos o direito de interferir negativamente em suas vidas. Se uma pessoa cumpre esse papel, ela já está contribuindo. Em síntese, respeitando os animais reconhecemos o real valor da vida não humana.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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