Um novo estudo climático da Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que existe 50% de chance de a elevação da temperatura média global ultrapassar 1,5ºC nos próximos cinco anos. O relatório Global Annual to Decadal Climate Update for 2022–2026 (disponível em inglês) foi publicado este mês e revela que os anos entre 2022 e 2026 devem ser os mais quentes até agora, com 90% de chance das temperaturas serem mais altas do que os cinco anos anteriores.
De acordo com os novos dados climáticos, as chances de a elevação da temperatura global ultrapassar 1,5°C aumentou de forma constante desde 2015, quando estava perto de zero. Para os anos entre 2017 e 2021, subiu para 10% e, para o período até 2026, saltou para quase 50%.
A meta de 1,5ºC é a mais baixa estabelecida pelo Acordo de Paris – um tratado internacional de longo prazo que orienta todas as nações a reduzirem drasticamente as emissões globais de gases de efeito estufa, para limitar o aumento da temperatura global neste século em comparação com as médias registradas nos anos pré-industriais.
“Este estudo mostra que estamos nos aproximando de forma mensurável de atingir temporariamente a meta mais baixa do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas”, diz o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas. “O número de 1,5°C não é uma estatística aleatória, mas antes, um indicador do ponto em que os impactos climáticos se tornarão cada vez mais prejudiciais para as pessoas e, de fato, para todo o planeta”.
Em 2021, a temperatura média global ficou 1,1°C acima da linha de base pré-industrial, de acordo com o relatório preliminar da OMM. “Enquanto os países continuarem a emitir gases de efeito estufa, as temperaturas continuarão a subir”, explica Taalas.
“Além disso, nossos oceanos continuarão a se tornar mais quentes e ácidos, o gelo marinho e as geleiras continuarão a derreter, o nível do mar continuará subindo e nosso clima se tornará mais extremo. O aquecimento do Ártico é desproporcionalmente alto e o que acontece no Ártico afeta a todos nós”, disse ele.
Outras previsões apontadas no novo estudo da OMM sugerem que os padrões de precipitação previstos para os próximos cinco anos, em comparação com a média entre 1991 e 2020, tornarão mais secas as condições da Amazônia e dos sudoestes da Europa e América do Norte. Ficarão mais úmidas áreas como o norte da Europa, Sahel, nordeste do Brasil e Austrália.
Vale lembrar que, em relação ao sistema alimentar, a atividade que mais contribui com as mudanças climáticas é a agropecuária.
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