Vegana morre aos 98 anos nos EUA

“Uma amiga querida dos animais, Natasha inspirou muitos de nós com suas décadas de ativismo e nos lembrou que nunca é tarde para usar sua voz para mudar o mundo” (Fotos: Acervo Their Turn/MFA)

A defensora dos direitos animais Natasha Brenner, que deixou de consumir carne há quase 50 anos e se tornou vegana por volta dos 70 anos, faleceu em Nova York no dia 27 aos 98 anos.

Natasha foi homenageada nos EUA pela organização Mercy For Animals, que resgatou uma entrevista feita com ela em 2018.

“Uma amiga querida dos animais, Natasha inspirou muitos de nós com suas décadas de ativismo e nos lembrou que nunca é tarde para usar sua voz para mudar o mundo”, publicou a MFA no Instagram.

Natasha se tornou ativista dos direitos animais na década de 1980, se juntando a jovens em manifestações em prol da libertação animal.

Na entrevista para a MFA, ela explicou que seus dias eram dedicados ao ativismo em defesa dos animais, mesmo que por meio de um computador. “Todos os dias…Adoro ser vegana porque não machuco nenhum animal. Me tornei vegetariana em 1972”, conta.

E acrescenta: “Se você visse uma criança sofrendo na rua, você faria o que pudesse por ela. Bom, não vejo diferença quando se trata de um animal de qualquer espécie. Eles têm uma linguagem, e não é porque não entendemos que isso significa que a dor não esteja lá – certamente eles sentem dor e sofrimento e eu não quero contribuir com isso.”

Natasha e o marido Noah, falecido em 2014, compartilhavam os mesmos interesses pela luta pelos direitos animais e pelo veganismo – inclusive realizando doações a ONGs da causa animal.

Vegana de 98 anos segue na luta

Outra vegana de 98 anos segue motivando mais pessoas a se tornarem veganas.  Anne Evers Fraser, também dos EUA, defende que não existe idade para promover o veganismo. Depois de se tornar vegana pouco antes do aniversário de 96 anos, e por influência da neta, ela passou a utilizar as mídias sociais com o propósito de mostrar para outras pessoas a importância e os benefícios dessa filosofia de vida.

Ela costuma usar sua conta no Instagram para dizer que nunca se sentiu limitada por não consumir nada de origem animal. “Posso comer tantas frutas, verduras, cereais integrais, oleaginosas, sementes e legumes quanto eu quiser.” Segundo Anne, comer é um dos maiores prazeres da vida e desde que se tornou vegana ela experimentou comidas incríveis:

“Como eu gostaria de ter conhecido esse estilo de vida mais cedo. Mas antes tarde do que nunca.” Em outra recente publicação, Anne diz que a hora é agora e que não precisamos consumir produtos de origem animal para sobrevivermos e nos sentirmos bem.

“Nós fomos enganados por uma mentira e agora a verdade veio à tona. Devemos parar de matar animais. É cruel e desnecessário. Também está destruindo o planeta e nos deixando doentes. Eu não despertei dos horrores da agropecuária até meu 96º ano”, publicou.

Anne se tornou vegana pouco antes do aniversário de 96 anos, e por influência da neta (Fotos: Acervo Pessoal/Instagram)

Medalhista olímpica, vegana e personal trainer aos 87 anos

Olga Fikotová, hoje Olga Connolly, foi uma das mais importantes atletas olímpicas da história da Tchecoslováquia. Ela fez história no lançamento de disco e se tornou referência mundial no esporte depois que ganhou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Melbourne, na Austrália, em 1956.

Naquele ano, conheceu o também medalhista olímpico Hal Connolly, que ganhou a medalha de ouro para os Estados Unidos na modalidade lançamento de martelo. Os dois se casaram e ela se mudou para os EUA, onde adotou o sobrenome do marido. O casal teve quatro filhos e se divorciou em 1974.

“Tudo o que faço nos meus dias agora é convencer as pessoas de que é bom ser saudável, forte e ajudar a salvar o meio ambiente”, disse Olga este mês em entrevista a Ron Kantowski do Las Vegas Review-Journal.

Olga Connolly conta que se tornou vegana depois de passar por um caminhão transportando galinhas com garras e bicos cortados. A cena testemunhada há décadas a marcou profundamente e a fez refletir sobre o que estamos fazendo com os animais e o meio ambiente. “Ela prefere falar sobre a importância de ser gentil com as galinhas”, informa Kantowski.

Na reportagem “A New Love Story: Olga Connolly, Once the World’s Darling, Is Giving Something Back”, publicada pelo Los Angeles Times em 31 de janeiro de 1989, o jornalista Randy Harvey a define como “uma feminista e ambientalista que também fala apaixonadamente sobre direitos animais e sobre o desenvolvimento da juventude”. Olga também se envolveu em diversos trabalhos sociais depois que parou de competir.

Hoje, aos 87 anos, Olga Connolly ainda dedica sua vida às atividades físicas. Já não se importa com a idade – afirma que deixou de contar os anos. Animada, Olga atua como personal trainer no EoS Fitness Club, em Las Vegas, Nevada.

Olga: “Tudo o que faço nos meus dias agora é convencer as pessoas de que é bom ser saudável, forte e ajudar a salvar o meio ambiente” (Foto: Erik Verduzco/Las Vegas Review-Journal)

Vegano de 82 anos surpreende pelo condicionamento físico

Paul Youd, de 82 anos, vive em Taunton, na Inglaterra, e se tornou vegano há mais de 15 anos. Ele contou ao Somerset Live que a sua transição se deu pela sua preocupação com o bem-estar dos animais.

Dois anos depois de parar de consumir carne, Youd descobriu que havia muito mais a ser feito. “Comecei a investigar a indústria de laticínios e ovos e percebi o quão cruel era e só pensei que eu não poderia mais fazer parte disso”, explicou.

Em 2019, para chamar a atenção para a causa vegana, ele assumiu a missão de completar um milhão de flexões nos próximos dez anos. Considerando o estilo de vida de Paul Youd, isso não é impossível. “Eu vou fazer isso. Estou determinado”, garantiu.

No ano passado, Youd arrecadou 850 libras esterlinas para uma instituição de caridade depois de realizar mil flexões. Com muita energia, ele mantém uma rotina semanal de exercícios com kettlebell, e sua manhã já começa com um pouco de dança ao atravessar a sala para abrir as cortinas e deixar o sol entrar:

“Eu tenho tanta energia. Me sinto tão bem, me sinto como uma pessoa de 40 anos. Também quero mostrar às pessoas os benefícios para a saúde de um estilo de vida vegano, porque nunca é tarde demais para se tornar vegano”.

“Quero mostrar às pessoas os benefícios para a saúde de um estilo de vida vegano” (Fotos: Anthony Yeates/Somerset Live)
Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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