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Cápsula mais usada em farmácias de manipulação é de origem animal

Fotos: Pixabay

Mesmo hoje muitas pessoas não sabem que a cápsula mais utilizada em farmácias de manipulação é de origem animal. Mesmo quem atua nessas farmácias pode estranhar quando alguém diz que não consome tais cápsulas porque são feitas de gelatina, desconhecendo a gelatina como produto de origem animal baseado no colágeno obtido a partir de cartilagens, ossos, peles e tendões.

Felizmente hoje há alternativas acessíveis, como as cápsulas de tapioca, por exemplo. Faço essa observação porque recentemente conversando com uma funcionária de uma farmácia de manipulação, ela ficou surpresa quando expliquei a origem da gelatina convencional.

Isso leva à conclusão de que é como se a gelatina devesse ser pensada somente como gelatina, como se não surgisse como outra coisa que não gelatina. E há reforços para isso a partir da indústria.

Mas se fizermos uma breve pesquisa sobre o mercado de gelatina, logo pode-se concluir que cápsulas para produção de suplementos e medicamentos também estão entre os maiores destinos da gelatina. Isso pode ser explicado de uma forma muito simples.

Estamos tão acostumados a utilizar animais para os mais diversos fins que muito do que é consumido nem é percebido como sendo de origem animal. Os consumidores tendem a ver mais como produtos de origem animal a carne, o leite e os ovos, mas a verdade é que mesmo partes de animais estão em muitos produtos que são consumidos até por quem não come carne por uma motivação ética.

Isso serve também para refletir sobre a invisibilidade do que é de origem animal nas relações de consumo. Perdi as contas de quantas vezes ouvi pessoas dizendo que não consomem isso ou aquilo de origem animal, mas a verdade é que não consomem “isso ou aquilo” na sua natural ou clara forma, por outro lado, consomem, sem esse reconhecimento, como ingrediente ou aditivo em muitos produtos.

O whey protein (proteína do soro do leite), a caseína (proteína de maior concentração no leite) e a albumina (baseada na clara de ovo desidratada) são outros exemplos interessantes de se avaliar, porque já vi muitas pessoas dizendo que “não consomem tais produtos”.

A verdade é que não os consomem como produtos finais, porém os consomem como ingredientes, já que muitos produtos disponíveis em supermercados os têm como ingredientes.

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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