Dez veganos que se destacaram nos esportes em 2019

Dez nomes que fizeram a diferença em 2019 e conquistaram ou reforçaram projeção internacional por suas realizações (Fotos: Reprodução)

Para mostrar como atletas veganos também estão se destacando nos esportes, selecionamos dez nomes que fizeram a diferença em 2019 e conquistaram ou reforçaram projeção internacional por suas realizações.

São homens e mulheres de diferentes esportes, modalidades e faixas etárias, e que chegaram à conclusão de que é possível ser um grande atleta conciliando a busca por melhor performance e melhores resultados sem precisar se alimentar de animais.

Ou melhor, também acreditando que é possível e necessário estender a compaixão aos animais e ao planeta e incluí-los no nosso círculo de consideração moral.

O atleta australiano que se tornou o campeão mundial do esporte em 2010 agora ocupa a 5ª posição no ranking mundial (Foto: Getty Images)

1) Neil Robertson

Em abril, o atleta vegano Neil Robertson, que agora ocupa a 5ª posição no ranking mundial, venceu o China Open de snooker em Pequim e garantiu o seu 16º título em provas de ranking na carreira. O australiano se tornou o campeão mundial do esporte em 2010.

Em entrevista a Tom Bowles do portal de esportes Betway Insider, Bowles disse que passou a se sentir mais feliz depois que parou de consumir carnes e laticínios e perguntou se Robertson, que se tornou vegano há alguns anos, também se sente da mesma forma.

“Com certeza. Quando decidi me tornar vegano, pensei em fazer um teste por um mês. Logo senti um grande ganho de energia que jamais havia experimentado antes. Então pesquisei mais e mais sobre os aspectos éticos do veganismo e sobre como os alimentos de origem animal acabam em seu copo ou prato. Foi uma decisão bem direta e nem penso em voltar atrás”, revelou.

Estou muito orgulhoso de anunciar que me tornei o primeiro vegano do mundo a escalar o monte Everest (face sul)” (Foto: Dean Maher/Instagram)

2) Dean Maher

Em maio, o montanhista Dean Maher se tornou o primeiro vegano a escalar a face sul do monte Everest. Ele publicou uma foto do feito no Instagram. Além de não usar nenhum equipamento envolvendo matéria-prima ou insumo de origem animal, Maher aproveitou a oportunidade para fazer uma declaração:

“Estou muito orgulhoso de anunciar que me tornei o primeiro vegano do mundo a escalar o monte Everest (face sul). Não usei penugem, nem couro, nem lã, nem seda, etc, mostrando que não é preciso ferir os animais para realizar seus maiores sonhos.” Maher recebeu orientação do também montanhista Kuntal Joisher, que também é vegano e atingiu o topo do Everest em 2016.

Dana informou que o recorde é resultado de um trabalho intenso que ela vem realizando há quatro anos (Foto: Acervo Pessoal/Instagram)

3) Dana Glowacka

Em maio, a atleta vegana Dana Glowacka, de Montreal, no Canadá, bateu o recorde mundial feminino de prancha abdominal ao conseguir manter a posição por quatro horas e 20 minutos.

“Meu irmão me surpreendeu ao enfrentar 24 horas de viagem para me apoiar e apertar o botão de início e fim do novo recorde mundial para o Longest Abdominal Plank de 4h20m”, publicou Dana no Instagram e acrescentou que é preciso acreditar em si mesma.

Ela informou também que o recorde conquistado na Primeira Conferência Internacional de Treinamento em Prancha Abdominal é resultado de um trabalho intenso que ela vem realizando há quatro anos. O recorde anterior era de três horas e 30 minutos.

“Descobri por conta própria, através dos meus próprios sentimentos em relação à crueldade contra os animais, que deveria me tornar vegana” (Foto: Ramona Cardogan/Instagram)

4) Ramona Cardogan

Em junho, a atleta vegana Ramona Adelle Cadogan, dos Estados Unidos, venceu o Pan American Masters Championships, realizado em Orlando, na Flórida, e que reuniu os melhores levantadores de peso olímpico da América do Norte. Ela já havia levado o ouro para casa na competição no ano passado e dessa vez repetiu o bom desempenho. Na categoria de Ramona, ela foi a única a conseguir realizar seis levantamentos bem-sucedidos.

Suas marcas foram de 58 quilos no snatch e 70 quilos no clean and jerk, garantindo o primeiro lugar com um total de 128 quilos e todos os movimentos sem falhas. A segunda colocada conseguiu levantar 120 quilos. Segundo o Great Vegan Athletes, Ramona se tornou vegana há 13 anos e abandonou o consumo de carne há 19.

“Descobri por conta própria, através dos meus próprios sentimentos em relação à crueldade contra os animais, que deveria me tornar vegana”, acrescentou. Ramona Cardogan traz outros títulos no currículo – como medalhas no USA Weightlifting Master Nationals em 2016 e no AmerMasters Weightlifting em 2017.

Ellen, que é corredora, competiu nas sete distâncias disponíveis nos jogos (Foto: Divulgação)

5) Ellen Jaffe Jones

Em junho, a atleta vegana Ellen Jaffe Jones, de 66 anos, conquistou uma medalha de ouro no National Senior Games realizado em Albuquerque, nos Estados Unidos. Ellen, que é corredora, competiu nas sete distâncias disponíveis nos jogos – indo de 50 metros a 1,5 mil metros, e garantiu o ouro na disputa de revezamento do Senior Games.

Ao Great Vegan Athletes, ela explicou que a parte mais difícil foi lidar com a altitude, mas que consumir bastante água, alimentos ricos em ferro e suco de beterraba a ajudou bastante, assim como manter uma alta ingestão de verduras frescas.

Ellen Jaffe Jones também é jornalista e autora fitness. Ela é mais conhecida nos EUA pelo livro “Eat Vegan on $4 a Day”, publicado em 2011 e que oferece instruções para quem quiser ser vegano gastando no máximo quatro dólares por dia.

O triatleta de 59 anos conquistou fama internacional após sua participação no documentário “Forks Over Knives” (Foto: Divulgação)

6) Rip Esselstyn

Em junho, o triatleta vegano Rip Esselstyn, de 56 anos, que conquistou fama internacional após sua participação no documentário “Forks Over Knives”, bateu o recorde mundial na prova de nado de costas de 200 metros durante o Summer Sizzler LC Masters Meet, em Houston, no Texas.

Rip, que costuma deixar claro que seu bom desempenho é sempre resultado de uma boa dieta totalmente livre de alimentos de origem animal, competiu na faixa etária masculina de 55-59 anos e concluiu a prova em 2m21s72. O atleta superou o recorde mundial de 2015.

“Minha saúde, energia e desempenho como corredor mudaram drasticamente” (Foto: Harvey Lewis/Facebook)

7) Harvey Lewis

Em setembro, o ultramaratonista vegano Harvey Lewis venceu o 24-Hour National Championship, em Cleveland, Ohio (EUA), pela terceira vez depois de percorrer mais de 200 quilômetros. Ele já havia sido bem-sucedido na competição em 2015 e 2017.

Vegetariano desde 1996, o atleta fez a transição para o veganismo há três anos e hoje atribui o seu bom desempenho e boa recuperação à dieta à base de vegetais. À VegNews, Lewis declarou que uma alimentação sem ingredientes de origem animal é o mais importante para garantir a sua longevidade no mundo dos esportes. “Minha saúde, energia e desempenho como corredor mudaram drasticamente.”

Ele citou também outros amigos que são veganos e estão sendo bem-sucedidos nos esportes, como o italiano Marco Olmo, que aos 57 anos venceu a UTMB, uma das mais famosas ultramaratonas de corrida em montanha. “Mike Fremont ainda está estabelecendo recordes na meia maratona aos 97 anos, e consumindo apenas comida vegana”, acrescentou.

Yolanda foi consagrada campeã nacional depois de garantir recordes estaduais, nacionais e mundiais na categoria M1 (40-44) para atletas com até 60 quilos (Foto: Divulgação/Yolanda Presswood/Instagram)

8) Yolanda Presswood

Em outubro, a levantadora de peso vegana Yolanda Presswood conquistou o seu 11º recorde em duas categorias de peso nos Estados Unidos. Só em 2019 ela alcançou nove recordes na Drug Tested National Powerlifting Championships, realizada em Las Vegas pela Associação de Levantamento de Peso dos EUA (USPA em inglês), que além de ser uma competição nacional, tem a finalidade de avaliar se os atletas estão competindo livres do uso de drogas que ampliam a performance desportiva.

Yolanda, que começou a competir em 2014, foi consagrada campeã nacional depois de garantir recordes estaduais, nacionais e mundiais na categoria M1 (40-44) para atletas com até 60 quilos. Os melhores resultados da atleta foram no levantamento terra – com a marca de 155 quilos. “A magnitude dessa conquista para mim é enorme. Parti com esse objetivo e foi exatamente o que consegui”, disse em entrevista ao Great Vegan Athletes a powerlifter que se tornou vegana em 2010.

No supino, e também na categoria até 60 quilos, Yolanda Presswood levantou 67,5 quilos, faltando apenas um pouquinho para o recorde estadual e nacional – 70 quilos. “Sou vegana pelos animais o dia todo, todos os dias. Não consumo produtos de origem animal. Ter uma dieta baseada em plantas é simples. Há frutas, vegetais e grãos como arroz e aveia em todos os lugares”, declarou ao GVA.

“É o amor, a compaixão e o respeito por todos os animais que me levaram para esse caminho” (Fotos: Instagram/Divulgação)

9) Massimo Brunaccioni 

Em novembro, o fisiculturista vegano Massimo Brunaccioni venceu o Campeonato Mundial de Fisiculturismo Natural, realizado pela Federação Mundial de Fisiculturismo Natural (WNBF) em Nova York. Brunaccioni disputou a categoria Men’s Physique e ficou em primeiro lugar.

“Realizei meu sonho de atleta: me tornar campeão mundial de fisiculturismo natural. Além da enorme satisfação pessoal, acredito que esta vitória é mais um tijolo na construção de um mundo melhor…a partir de uma dieta que respeita todas as criaturas e o planeta”, publicou o fisiculturista em sua conta no Instagram.

O atleta italiano, que também atua como personal trainer, afirmou que segue uma dieta à base de vegetais por razões éticas. “É o amor, a compaixão e o respeito por todos os animais que me levaram para esse caminho.”

Segundo a Federação Mundial de Fisiculturismo Natural, os atletas que participam de seus campeonatos devem passar por uma rigorosa avaliação que assegure que eles estão livres de drogas ou quaisquer substâncias ilegais que melhorem o desempenho.

Meyer atribui sua capacidade de ainda garantir grandes resultados nos campeonatos à sua dieta vegana (Fotos: Divulgação/Machado Family)

10) David Meyer 

Em dezembro, o lutador vegano de brazilian jiu-jitsu David Meyer teve um bom motivo para comemorar. Ele conquistou o seu nono título mundial no Campeonato da Federação Internacional de Brazilian Jiu-Jitsu em Anaheim (CA), nos EUA.

Meyer, que hoje tem 56 anos, e costuma lutar em duas categorias – peso meio-pesado e peso aberto – levou o ouro em sua faixa etária. Ele atribui sua capacidade de ainda garantir grandes resultados nos campeonatos à sua dieta vegana.

Em entrevista ao Great Vegan Athletes, ele revelou que tirou a carne do prato em 1985 e em 2000 decidiu se tornar definitivamente vegano. “Descobri uma maneira extremamente saudável de me alimentar. Isso me dá mais energia, é melhor para o meio ambiente. Estou moralmente comprometido em não prejudicar os animais”, declarou.

Segundo o GVA, Meyer foi o primeiro estadunidense a vencer uma competição de faixa-preta de BJJ no Brasil, e o primeiro também a ganhar uma medalha em um campeonato mundial na categoria faixa-preta. “Espero que, à medida que mais e mais pessoas ouçam sobre o veganismo, elas estejam abertas a considerá-lo.”

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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