Categorias: Notícias

Lei aprovada em Luxemburgo reconhece os animais como seres dotados de sensibilidade e possuidores de direitos

Etgen: “A legislação de bem-estar animal exige uma profunda reforma por causa das novas revelações científicas sobre os animais e por causa de mudanças na forma como os animais são vistos pela sociedade humana” (Foto: Jo-Anne McArthur/We Animals)

Este mês, Luxemburgo aprovou uma nova lei progressista de bem-estar animal que reconhece os animais como seres sensíveis, não como coisas, como ainda são definidos em muitos países. A proposta surgiu em maio de 2016, por iniciativa do ministro da agricultura do país, Fernand Etgen, que disse ser de suma importância a garantia da dignidade, proteção à vida, segurança e bem-estar dos animais.

“A legislação de bem-estar animal exige uma profunda reforma por causa das novas revelações científicas sobre os animais e por causa de mudanças na forma como os animais são vistos pela sociedade humana”, justificou Etgen. A nova lei, que começa a valer a partir de outubro deste ano, qualifica os animais não humanos como seres sencientes com um sistema nervoso cientificamente capaz de sentir dor e experimentar outras emoções, incluindo sofrimento e angústia.

Segundo o Conselho do Governo de Luxemburgo, os animais não são mais considerados como coisas, mas como seres vivos não humanos dotados de sensibilidade e possuidores de certos direitos. Outra mudança na legislação de bem-estar animal é que Luxemburgo se tornou o 10º país a criminalizar a criação de animais visando a extração de peles. Essa medida surgiu principalmente como uma reação à criação de martas, um dos animais mais ameaçados pela indústria de peles. Mais informações sobre a nova lei podem ser encontradas no portal deiereschutzgesetz.lu

David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

Posts Recentes

O corpo bovino na água foi visto como carne perdida

O corpo bovino na água foi visto como carne perdida, não uma morte a ser…

24 horas ago

Quando uma criança viu o sofrimento de um peixe

Uma criança viu pela primeira vez um peixe sendo tirado da água. Lutava com o…

2 dias ago

O animal não cabe dentro do interesse humano

Ver o interesse dos animais não significa querer ou fazer com que esse interesse prevaleça,…

3 dias ago

Se quem mata animais profissionalmente é cruel, devemos nos perguntar, é cruel em nome de quem?

Há muito tempo quem mata animais no matadouro é associado à crueldade. Encontramos exemplos em…

4 dias ago

A morte é uma libertação para o animal explorado?

Esta semana, quando um boi teve morte súbita a caminho de um matadouro no Paraná,…

6 dias ago

No século 19, Comte observou que humanos estavam tratando outros animais como “laboratórios nutritivos”

Em “A lição de sabedoria das vacas loucas”, Lévi-Strauss cita como Auguste Comte, mais conhecido…

1 semana ago