O que é assustador neste mundo é a opressão e a injustiça, quando pessoas ferem pessoas, animais e a natureza. O que é bonito neste mundo é a resistência, quando as pessoas dizem que “basta” e agem. Opressão e injustiça estão por toda parte, mas a resistência também. Porque algumas pessoas sabem que se você brigar, pode perder, mas se você não luta, já perdeu.
Me tornei ciente do sofrimento animal há cerca de 30 anos, e eu e meu parceiro nos tornamos vegetarianos na época. Embora, infelizmente, por mais de dois anos, eu não tenha feito a conexão imediatamente e não tenha começado a fazer campanha pela libertação animal.
Me tornei vegana quando me mudei para estudar na universidade em 1991, após um acidente industrial em 1990. Lá conheci outras pessoas com a mesma linha de pensamento e inicialmente me envolvi em ações de sabotagem à caça e campanha contra experimentos em animais na Universidade de Plymouth.
Rapidamente me envolvi com outras questões sociais e tomei consciência da interseccionalidade de todas as formas de opressão. Campanhas da Sea Shepherd, da Earth First e de outras organizações internacionais começaram a crescer no Reino Unido no início dos anos 1990, bem como campanhas contra a GM.
Meus olhos se abriram para a crueldade. Destruição, ganância, injustiça e opressão causadas pela indiferença do mundo capitalista. Eu saí da universidade para me voluntariar em um trabalho de resgate de animais por 18 meses antes de retornar a Plymouth, onde continuei a fazer campanha contra a caça, circos com animais, exportação de gado vivo e abate de texugo, além de continuar resgatando animais.
Em 1991, me mudei para North Devon, onde montei um grupo local da AL [Animal Liberation Front] e ajudei a criar uma coalizão (CBAG) contra a contínua matança de texugos. Também fiz trabalho voluntário para um projeto local de reciclagem, além de ajudar em mais resgates de animais.
Em 2001, deixei Devon e peguei carona pelo Reino Unido por seis anos, fazendo voluntariado em diferentes projetos comunitários, resgate de animais e campanhas da AL e ECO, bem como campanhas nacionais da SHAC [Stop Huntingdon Animal Cruelty], SPEAK, etc. Em 2007, fui presa junto com outras 30 pessoas por “chantagem e conspiração” relacionados à campanha da SHAC [contra testes em animais]. Mais tarde, as acusações foram feitas diretamente contra mim e a polícia continuou a monitorar as minhas atividades.
Uma carta de Debbie Vincent, condenada a seis anos de prisão em 17 de abril de 2014 por participar de uma campanha de cerco ao laboratório Huntingdon Life Sciences (HLS), em Cambridgeshire. Segundo a SHAC, 500 animais são mortos por dia nos laboratórios da empresa.