Mais de 16,6 milhões de frangos são mortos por dia no Brasil

São animais que vêm ao mundo para serem mortos com idade que pode variar de 30 a 45 dias. O que significa um mês ou um mês e meio para nós?(Foto: Cley Scholz)

Talvez não seja novidade que o animal mais abatido para consumo no mundo todo é o frango. No entanto, é comum encontrar pessoas que não têm ideia de quantos desses animais são mortos em consequência dos nossos hábitos alimentares.

Só no Brasil, mais de 16,66 milhões de frangos são mortos por dia em matadouros em situação regular, sem considerar números de abates clandestinos. O total diário é amparado nas mais recentes estatísticas trimestrais do IBGE.

Imagine o que você é capaz de fazer em 60 minutos. Nesse curto período de tempo, mais de 694 mil aves são abatidas e reduzidas a alimentos, depois de criadas e submetidas a uma vida de exploração apenas para satisfazer paladares e hábitos de consumo.

Imagine ter uma vida com duração de 30 a 45 dias 

São animais que vêm ao mundo para serem mortos com idade que pode variar de 30 a 45 dias. O que significa um mês ou um mês e meio para nós?

Para esses animais, isso representa um ciclo de vida que consiste em chegar ao mundo, ser subjugado e ganhar tanto peso em pouco tempo que é inevitável não sofrer em decorrência do rápido desenvolvimento de músculos, ossos e órgãos.

Imagine os distúrbios metabólicos, problemas respiratórios, calcificação e deformação dos ossos que podem surgir em consequência disso. Há iminência até mesmo de problemas cardíacos num prazo tão curto.

Quando atingem o peso ideal

Depois, quando os frangos atingem o peso ideal, são enviados para o matadouro, onde recebem choques [eletronarcose] para redução de resistência e contração muscular. Então são submetidos à sangria – degola realizada enquanto o frango respira e o sangue se esvai.

Você sabia que em condições normais o coração de um frango bate até 300 vezes por minuto? E são essas aves que encontramos já sem vida, inteiras ou em partes, nos açougues e bandejas dos supermercados – como se jamais tivessem existido.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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