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No Reino Unido, 25% dos jovens de 18 anos não comem carne

Jovens estão se tornando mais conscientes de seu impacto nas relações de consumo (Foto: Getty)

A abstenção do consumo de carne está crescendo entre os mais jovens no Reino Unido. Esta é a conclusão de uma pesquisa da organização Eating Better encomendada junto ao YouGoy e divulgada este mês.

Segundo o relatório que avalia mudanças de hábitos entre adolescentes e jovens adultos, está crescendo a preocupação com a relação entre consumo de carne e impacto ambiental. Jovens com faixa etária de 11 a 18 anos, por exemplo, qualificam como muito mais importante discutir hoje as implicações ambientais dos nossos hábitos de consumo do que a saída do Reino Unido da União Europeia ou até mesmo temas correlatos à saúde.

Segundo a pesquisa, 25% dos jovens britânicos de 18 anos se identificam como vegetarianos ou veganos. Outra conclusão é de que a proximidade com a fase adulta garante mais liberdade de escolha, considerando que os jovens de 11 anos, que têm sua alimentação geralmente pautadas pelos pais, em muitos casos não possuem o mesmo direito – o que explica por que apenas 6% são vegetarianos ou veganos.

No Reino Unido, 76% dos jovens de 18 anos qualificam as mudanças climáticas como um dos problemas mais urgentes do nosso tempo. Já com relação àqueles com 11 anos, o percentual cai para 66%. Considerando esses fatores, os jovens são apontados como importante peça-chave na redução do consumo de carne e estímulo à adoção do veganismo ou vegetarianismo.

Vale lembrar também que no Reino Unido cada vez mais o impacto ambiental do consumo de carne tem sido abordado pela mídia, incluindo veículos como The Guardian, The Independent e BBC. Esta última lançou este mês no canal BBC One o documentário “Meat: A Threat to Our Planet?” ou “Carne: Uma Ameaça ao Nosso Planeta?”, que aborda o impacto da produção e do consumo de carne no mundo.

Entre os destinos da bióloga e apresentadora Liz Bonnin está o Brasil, lar do maior rebanho bovino do mundo. Na Amazônia, ela descobre que 20% da floresta foi destruída e que a pecuária é a principal causa desse desmatamento. “Agora estamos perdendo dois campos de futebol por minuto e devastando a vida selvagem da região.”

David Arioch S.A. Barcelos

Jornalista (MTB: 10612/PR) e mestre em Estudos Culturais (UFMS).

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