Muitos temem reconhecer que os animais não humanos, que reduzimos a alimentos e outros produtos, são conscientes, sensíveis e inteligentes. Isto porque ao ponderar tal fato, de comprovação tanto empírica quanto científica, o ser humano tem de lidar com a própria consciência.
Mas ninguém quer ver a si mesmo (e talvez menos ainda que os outros o vejam) como alguém que se importa apenas com a sua vida e a dos seus, surgindo assim um embate que pode gerar ou não mudanças dependendo da maneira como alguém lida com a realidade, seja aceitando-a ou refugiando-se na ilusão de uma cultural e conveniente negação ou dissimulação.
Nas nossas relações de consumo que envolvem animais, quando o véu da inocência, do desconhecimento ou da ignorância deita ao chão, o ser humano se vê obrigado a considerar duas opções:
A mudança, que pode levá-lo a uma nova perspectiva do valor da vida, incluindo talvez até um exame do seu papel enquanto ser humano; ou a uma desconsideração, empáfia ou egotismo, representando assim uma posição de reafirmação de que somente nós somos importantes, e todos os outros, neste caso os animais não humanos, existem apenas para nos servir, independente se os sujeitamos a uma vida de privação, sofrimento e/ou morte.