Ativistas fazem campanha contra PL que eleva vaquejada a esporte

Na vaquejada, dois homens montados em cavalos perseguem um boi com o objetivo de derrubá-lo puxando-o pelo rabo (Foto: Acervo JB)

Ativistas em defesa dos animais têm utilizado nas redes sociais a hashtag #PL2452NÃO em campanha contra mais um projeto de lei a favor da vaquejada, prática em que dois homens montados em cavalos perseguem um boi com o objetivo de derrubá-lo puxando-o pelo rabo.

A atividade é considerada por ativistas como cruel e antiesportiva, já que o animal é condicionado e forçado a participar de uma prática que por inerência é um risco ao seu bem-estar.

Proposto pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB), o Projeto de Lei 2452/2011 que visa reconhecer a vaquejada como “atividade desportiva formal” já foi aprovado na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Já no dia 14, recebeu parecer favorável do relator Fábio Mitidieri (PSD-SE) na Comissão do Esporte, o que significa que o PL está mais próximo da aprovação.

O que tem surpreendido também é a rapidez com que a proposta começou a avançar na Câmara nos últimos dois meses enquanto outros assuntos associados à pandemia e que deveriam ser prioritários não estão recebendo a devida atenção.

Requerimento para debater a proposta

Ontem (17), o deputado Fred Costa (Patriota-MG) apresentou o requerimento 34/2021, em que cobra realização de audiência pública para debater o projeto de lei.

“Considerar a vaquejada um esporte é atentar contra valores éticos e morais de toda a sociedade. Na prática de qualquer atividade desportiva devem ser respeitados, antes de qualquer outra coisa, o bem-estar e a vontade dos participantes”, critica Costa.

“Não existe ética sem liberdade de escolha. Por mais violentos que determinados esportes pareçam ser, todos os envolvidos devem, obrigatoriamente, estar ali por vontade própria.”

Relator a favor da vaquejada também é a favor do rodeio 

Vale lembrar que em abril Fábio Mitidieri deu parecer favorável como relator do PL 7624/2017, de Milton Monti (PR-SP), que visa classificar o rodeio como esporte e peões de rodeio como atletas. A proposta também avança na Câmara.

“A preparação dos peões para enfrentar o touro da arena se equipara à de qualquer atleta de esporte de alto desempenho como atletismo, futebol, canoagem entre outros. Há ainda o risco à integridade física no duelo estabelecido com um animal de grande porte”, alegou Mitidieri, relator da Comissão do Esporte.

Clique aqui para opinar sobre o PL 2452/2011

Clique aqui para opinar sobre o PL 7624/2017

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. Uma questão de interesses em confronto, em que a parte fraca da corda que arrebenta, a gente sabe bem qual é. Ah, estes humanos poderosos e suas argumentações falaciosas, sempre puxando a brasa para a sua sardinha; animais que se danem e aguentem o tranco, porque só Jesus na causa mesmo.

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