Em SP, ativistas preparam manifestação para o Dia Mundial pelo Fim da Pesca

Foto: Jorge Gonzalez/Unsplash

No Dia Mundial pelo Fim da Pesca (27), às 12h, o Coletivo Vozes em Luto realizará mais uma manifestação. O ponto de encontro será em frente ao Vão Livre do Masp, em São Paulo (SP), onde haverá distribuição de materiais aos participantes, que deverão seguir as medidas preventivas contra a covid-19.

As questões que o coletivo propõe para reflexão envolvem a negação do reconhecimento de peixes e outros animais aquáticos como indivíduos. “Por que não são protegidos de forma alguma? Por que seu destino é desconhecido do público e ignorado pelas campanhas pelos direitos dos animais?”, questiona o Vozes em Luto.

O coletivo lembra ainda que muitos animais aquáticos criados e capturados na natureza são mortos não apenas para consumo humano, mas também para servir como ração para outros animais domésticos e/ou criados em cativeiro.

“O Dia Mundial pelo Fim da Pesca apela à abolição das explorações pesqueiras e aquícolas. Os peixes, crustáceos e cefalópodes estão no centro das preocupações do dia 27, porque constituem a maior proporção de animais mortos por seres humanos, totalizando milhares de bilhões de vítimas todos os anos”, cita o Vozes em Luto.

O Dia Mundial pelo Fim da Pesca teve início em 2017 na Suíça por iniciativa da associação Pour l’Égalité Animale (PEA). “Agora é utilizado por associações em todo o mundo para sensibilizar o público, bem como no seio de outras associações de direitos dos animais para a vida aquática.”

Sofrimento semelhante ao dos mamíferos

Uma pesquisa divulgada em 2019 aponta que peixes podem sofrer de forma muito semelhante aos mamíferos, incluindo humanos. De autoria da pesquisadora Lynne Sneddon, do Instituto de Biologia Integrativa da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, o estudo afirma que os peixes hiperventilam e deixam de se alimentar quando estão sofrendo.

‘Quando sujeitos a um evento potencialmente doloroso, os peixes mostram mudanças adversas no comportamento, como suspensão da alimentação e atividade reduzida, que são interrompidas quando recebem um medicamento para alívio da dor”, informa a autora.

Lyne Sneddon também percebeu que quando peixes em cativeiro recebem algum estímulo doloroso, eles esfregam a boca na lateral do tanque da mesma forma que esfregamos os dedos dos pés. Além disso, os animais são capazes de detectar quando são feridos. E nesses casos, um “breve reflexo” é indicativo da tentativa em se afastar do mal que está provocando a dor.

O estudo intitulado “Fish experience pain with ‘striking similarity’ to mammals” e publicado na revista Philosophical Transactions, da Royal Society, também sustenta que “o teste para determinar se um animal sente dor é se há alterações em seu comportamento” e, sem dúvida, os peixes provam que sim.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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