“Se o movimento vegano já foi marginalizado na Austrália, hoje não é mais”

Cada vez mais pessoas estão se opondo ao consumo de alimentos de origem animal na Austrália (Acervo: Dominion Animal Rights March)

De acordo com uma pesquisa da Roy Morgan Research, atualmente 2,1 milhões de pessoas na Austrália não consomem carne. Segundo outra pesquisa, do Google Trends, os australianos hoje estão interessados em aprender sobre os princípios veganos. Com isso a rejeição a dietas famosas como a keto e a paleo tem crescido no país.

“As pessoas em todos os lugares estão empolgadas com a comida vegana. A maioria dos pubs agora tem opção [vegana] porque eles sabem que se não tiver estarão tirando dinheiro dos seus próprios bolsos”, disse a cofundadora do restaurante vegano Smith & Daughters, Mo Wyse, de Melbourne, em matéria publicada no final de semana pelo Daily Telegraph da Austrália.

O desenvolvimento do mercado de produtos para veganos na Austrália diz muito sobre a demanda – porque se há investimentos isso significa que há crescimento de pessoas abdicando do consumo de alimentos e produtos de origem animal. Outra prova disso é uma pesquisa publicada recentemente pela Euromonitor International informando que até 2020 o mercado australiano de alimentos veganos industrializados deve valer 215 milhões de dólares.

O crescimento não diz respeito apenas aos alimentos. Para a Euromonitor International, se o movimento vegano já foi um movimento marginalizado na Austrália, hoje não é mais, pelo menos partindo da perspectiva de mercado. Assim como o Brasil, a Austrália ocupa o 6º lugar como país que mais tem lançado produtos para veganos em 2017 e 2018.

Além de alimentos, cresce a oferta de produtos veganos de vários setores – moda, beleza, higiene, limpeza e até mesmo brinquedos sexuais. “O veganismo não é mais um modelo de privação e sacrifício”, defende o psicólogo Matt Ruby, da Universidade La Trobe, de Melbourne.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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