Avon faz campanha contra testes em animais

A partir de 1º de janeiro de 2020 a China vai começar a colocar em prática, mas ainda em fase experimental, os primeiros testes sem o uso de animais (Foto: Adobe Stock)

Enquanto vende seus produtos na China, onde testes em animais ainda são uma exigência, a Avon está participando de uma campanha contra testes em animais.

A gigante dos cosméticos declarou esta semana seu apoio à campanha #BeCrueltyFree, da Humane Society International, que tem o objetivo de proibir a realização de testes em animais na indústria cosmética global até 2023.

Em sua página, a Avon declarou que foi a primeira grande empresa de cosméticos a encerrar os testes em animais há quase 30 anos. No entanto, embora isso seja verdade, já que a própria empresa não realiza mais tais testes há muito tempo, isso também pode induzir o consumidor a crer que todos os produtos da marca são livres de testes.

O problema é que os cosméticos comuns vendidos pela Avon na China passam por testes em laboratórios credenciados e selecionados pelo órgão regulador do governo chinês.  A Avon diz que não concorda com os requisitos dos testes em animais sob a alegação da China de que são necessários para substanciar a segurança do produto.

Porém, a Avon também não deixa de comercializá-lo na China, que é o maior mercado consumidor de cosméticos do mundo. Assim é possível interpretar que o aspecto econômico vem antes da questão do bem-estar animal. Do contrário, a Avon não venderia lá, não é mesmo?

Apesar disso, a Avon alega que está apoiando o desenvolvimento de alternativas para os testes em animais. “Nenhum produto da Avon que tenha sido testado pela China é vendido por qualquer mercado da Avon na Europa, Oriente Médio, África ou América Latina”, argumenta.

Vale lembrar que no início do mês, segundo informações da organização Pessoas Pelo Tratamento Ético dos Animais (PETA), a Administração Nacional de Produtos Médicos da China aceitou dois métodos de testes sem o uso de animais para a regulamentação de alguns tipos de cosméticos.

Embora não signifique que a China já está acabando com a realização de testes em animais envolvendo produtos cosméticos, são alternativas que podem diminuir o número de vítimas na realização de testes.

Os novos métodos serão colocados em prática a partir de 1º de janeiro de 2020 e prometem diminuir o uso de animais em testes de irritação dos olhos e da pele. “Pouparão inúmeros animais da agonia de ter substâncias gotejadas em seus olhos e esfregadas em sua pele”, avalia a PETA.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *