Brasil ampliará participação no mercado de carne de bezerro

Brasil quer seguir o exemplo de países onde o consumo de carne de bezerro é mais comum (Foto: Acervo AA)

No Brasil, não é cultural o consumo de carne de bezerro, embora seja oferecida em determinados açougues e restaurantes especializados em “carnes especiais” ou do tipo “gourmet”.

No entanto, uma alteração na Instrução Normativa nº 2, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 27 de janeiro de 2020, vem mudando a realidade, favorecendo esse comércio tanto interno quanto externo.

Até pouco tempo atrás, bezerros que nasciam em fazendas leiteiras tinham de ser alimentados somente com leite e derivados para que a carne pudesse ser comercializada como vitela, o que desestimulava o interesse dos produtores de leite brasileiros, que optavam por abater esses animais com fins de “descarte”, considerando um prejuízo mantê-los vivos.

Porém, desde 2020 o Brasil permite que o uso do termo “vitela” também se aplique à carne obtida a partir do abate de bezerros com alimentação que inclui concentrados, grãos e suplementos – o que os produtores de leite desejavam para investir nesse mercado.

Ou seja, agora os cinco milhões de bezerros que nascem por ano nas fazendas leiteiras do Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), poderão acabar em açougues e restaurantes.

Bezerros como subprodutos da indústria leiteira

No ano passado, a entidade agradeceu o apoio e empenho da ministra Tereza Cristina para mudar a instrução normativa que visa ampliar a participação do Brasil no mercado global de carne de vitelos. Com isso, os produtores de leite lucrarão também com um produto resultante do abate de bezerros – assim como é comum nos Estados Unidos, Canadá e Europa.

Vale reforçar que esses animais são subprodutos da produção leiteira, já que uma vaca precisa procriar e entrar em estado de lactação para que o leite seja destinado ao consumo humano.

Isso significa que o descarte ou abate de bezerros com fins comerciais é uma consequência da demanda por leite. Afinal, se as pessoas não consumissem laticínios, cinco milhões de bezerros não nasceriam por ano no Brasil, onde podem ser descartados ou abatidos ainda muito jovens.

Saiba Mais

No Brasil, são identificados como vitelos os animais com até dez meses de idade, segundo informações da Embrapa. No entanto, fora do país são considerados vitelos os animais com menos de oito meses. Sendo assim, para atender ao mercado externo, que é uma prioridade para o setor leiteiro brasileiro, há prevalecência de classificações internacionais.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. Descartados. Abatidos. O assunto é sobre a morte de bebês, tão ingenuamente puros quanto bebês humanos, idolatrados e benditos no aconchego do seio maternal de cada qual. Bebês batizados com o nome de Proteína Animal, pra pegar mais leve o termo “cadáver” deles. São bebês. É sobre eles que se discute o modo de serem legalmente mortos por humanos devidamente qualificados que nasceram para os matar sem compaixão mas com o aval da Lei. Não em nome de Deus. Não em nome de Deus.

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