Caçadores de rinocerontes são condenados a 25 anos de prisão na África do Sul

No momento da detenção, a polícia já havia ligado os suspeitos a dez ações de caça furtiva no Cabo Oriental, Mpumalanga e KwaZulu-Natal (Foto: Spaps)

Acusados de mais de 55 crimes praticados contra rinocerontes entre 2013 e 2016, os caçadores Forget Ndlovu, Jabulani Ndlovu e Sikhumbuzo Ndlovu foram condenados recentemente a 25 anos de prisão, de acordo com publicação do Eyewitness News, de Joanesburgo, na África do Sul.

Com os caçadores, os policiais encontraram um chifre de rinoceronte avaliado em valor equivalente a mais de 312 mil reais, além de um rifle com dardo tranquilizante e dois carros alugados. No momento da detenção, a polícia já havia ligado os suspeitos a dez ações de caça furtiva no Cabo Oriental, Mpumalanga e KwaZulu-Natal.

O juiz justificou que considerou todas as possibilidades para coibir esse tipo de ação, e ao determinar que todas as sentenças sejam cumpridas simultaneamente, ele garantiu 25 anos de prisão para cada um dos três homens.

Valorização comercial mantém rinoceronte na mira dos caçadores

Atualmente, cada chifre de rinoceronte vale de 100 a 300 mil dólares, segundo informações da organização Activists for Animals Africa (AAA). A valorização comercial é vista com preocupação porque aproxima algumas espécies da extinção.

O último rinoceronte-negro do oeste, por exemplo, foi extinto em 2011, assim como uma subespécie do rinoceronte javanês no Vietnã. Independente de espécie, o rinoceronte é um dos animais mais visados por caçadores e traficantes no continente africano.

Segundo a organização World Wide Fund for Nature (WWF), embora os rinocerontes-brancos do sul da África estejam protegidos em santuários, restam apenas três remanescentes dos rinocerontes-brancos do norte, e esses são mantidos sob guarda no Ol Pejeta Conservancy, em Nanyuki, no Quênia.

Hoje em dia, a violência contra os rinocerontes não acontece mais “à moda antiga”. Redes de crime organizado envolvidas na matança de rinocerontes contam com helicópteros, equipamentos de visão noturna, tranquilizantes veterinários e silenciadores.

Os crimes ocorrem principalmente à noite quando a patrulha policial é menor. “Isso não é uma típica caça ilegal. Há sindicatos criminosos coordenando [caçadas] na África do Sul. São altamente organizados, coordenados e usam tecnologias avançadas”, revela a FAA, sediada em Joanesburgo, na África do Sul.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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