Camboja vai abolir turismo com elefantes em Angkor em 2020

Os animais remanescentes serão enviados para parques naturais no distrito de Stor Nikum, ao sul da montanha Kulen (Foto: AP)

De acordo com informações do Phnom Penh Post, o jornal de língua inglesa mais antigo do Camboja, o tradicional uso de elefantes domésticos como meio de transporte para turistas que visitam o templo de Angkor Wat vai ser abolido do país em 2020.

Os animais remanescentes serão enviados para um centro de conservação no distrito de Stor Nikum, ao sul da montanha Kulen, na província de Siem Reap.

“No início de 2020, o nosso comitê planeja acabar com o uso de elefantes para transportar turistas. Eles ainda poderão assistir os elefantes e tirar fotos deles à distância em nosso centro de conservação e reprodução. Queremos que os elefantes vivam da maneira mais natural possível”, disse Oan Kiry, do Angkor Elephant Group Committee.

A preocupação com os elefantes no país surgiu não apenas em decorrência do reconhecimento de que os animais não deveriam ser usados como meios de transporte, já que isso entra em conflito com questões de bem-estar animal, mas também como consequência da queda no número de elefantes no país.

“Os elefantes que temos entre 30 e 45 anos ou 50 anos ainda podem se reproduzir. Mas a criação de elefantes é diferente de outros animais, pois são criaturas muito tímidas. Eles precisam se reproduzir naturalmente e longe de olhares indiscretos”, disse Kiry.

O diretor do programa Wild Earth Allies Camboja, Tuy Sereivathana, manifestou apoio à iniciativa do comitê de criar um centro de preservação para elefantes domesticados. Ele disse que o Camboja deveria também criar mais parques nacionais para protegê-los.

“Como parte da cultura e dos costumes tradicionais de alguns cambojanos, eles vivem domesticando elefantes. Uma queda no número de elefantes domésticos significa que os elefantes selvagens são domesticados para ocupar seu lugar. Um decréscimo sinaliza uma tendência preocupante para novas perdas [de elefantes] no país se não forem devidamente protegidas”, enfatizou.

O Camboja tem condições de restaurar o número de elefantes domésticos e selvagens, estabelecendo centros e parques nacionais para os elefantes domésticos viverem e se reproduzirem naturalmente, bem como a implantação de santuários para a proteção de elefantes selvagens, de acordo com a WWF-Camboja.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Uma resposta

  1. A exploração de seres sencientes usa meios obscuros para continuar escravizando animais tanto não humanos como humanos, ao invés de parar a procriação e óbvio a exploração dos elefantes, eles forjam uma idéia de conservação e bem estar para justificar seus atos cruéis. A libertação e os direitos garantidos, integralmente sem brechas, dos animais não humanos deveria fazer parte da civilização faz tempo.

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