Cartilha traz opções de descarte de entulho sem exploração de animais

“Somos contra as carroças e não contra os carroceiros. Somos contra o instrumento usado por eles que escraviza animais que nasceram, como todos os outros, para viverem suas vidas livremente”

O movimento BH sem Tração Animal e o Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA) lançaram na semana passada a cartilha “Como destinar entulho sem contratar carroça”. O material foi postado pelo movimento nas redes sociais.

“Nossa ideia foi mostrar para as pessoas as diferentes opções para descarte de entulho sem a exploração de animais. Infelizmente muita gente ainda acha que contratar carroças é a única opção”, diz Caio Barros, integrante do BH sem Tração Animal.

“Um carreteiro (serviço de caminhonete) consegue levar duas a três vezes mais do que uma carroça, que cobraria por cada viagem. Então, dependendo da quantidade de entulho, o valor fica igual ou até mais barato, sem contar o mais importante: você não estará financiando a exploração animal.”

A publicação mostra três possibilidades de destinar os resíduos sólidos que são entulho, podas, móveis, etc. Em Belo Horizonte, no caso de pequenos entulhos ou resíduos, a própria pessoa pode levar até uma das URPV’s da cidade ou contratar carreteiro.

A cartilha traz 10 contatos de profissionais motorizados que fazem o recolhimento de entulho para destinação correta, conforme pesquisas do BH sem Tração Animal, Blog Somos Valentes e Grupo de Ajuda Animal Padre Eustáquio. No caso de um volume maior de rejeitos a solução é contratar uma caçamba.

“A divulgação da cartilha é mais um importante passo nesta luta que o MMDA começou em 2006 pela libertação dos cavalos. São 15 anos de luta”, lembra Adriana Araújo, coordenadora do MMDA.

Batalha pelo fim da tração animal em BH

A batalha pelo fim dos veículos de tração animal em Belo Horizonte é muito antiga e culminou na Lei 11.285/2021, que prevê a proibição do uso de animais com essa finalidade em dez anos.

O último avanço da lei ocorreu no dia 28 de setembro, quando o Grupo de Trabalho incumbido de promover a transição necessária à implantação da lei se reuniu e pediu à prefeitura agilidade no processo de transição, com encaminhamento dos carroceiros para outras fontes de renda.

Além disso, foi pedido o cumprimento da Lei 10.119/2011, que exige que as carroças sejam adaptadas a requisitos relacionados aos animais e às leis de trânsito.

“Somos contra as carroças e não contra os carroceiros. Somos contra o instrumento usado por eles que escraviza animais que nasceram, como todos os outros, para viverem suas vidas livremente”, destaca Caio.

“Passa da hora de Belo Horizonte, a exemplo de várias outras cidades, acabar com a escravidão dos cavalos e proporcionar aos trabalhadores uma forma digna de garantir sua renda. A cada dia mais e mais pessoas ampliam suas consciências e não aceitam mais a exploração animal”, salienta Adriana.

Clique aqui ou aqui para ter acesso à cartilha “Como destinar entulho sem contratar carroça”.

Gosta do trabalho da Vegazeta? Colabore realizando uma doação de qualquer valor clicando no botão abaixo: 




Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *