Cartunista divulga veganismo por meio dos quadrinhos

Aos 16 anos, o proprietário da marca de camisetas veganas V-Shirt, Eduardo Tavares, do Rio de Janeiro, fez um curso de história em quadrinhos que o marcou bastante, estimulando o seu sonho de trabalhar na área. Porém, como o mercado brasileiro era realmente pequeno e ele teve receio de não conseguir retorno financeiro para se manter, Eduardo optou por ingressar em uma faculdade de design.

Mas não se afastou completamente das histórias em quadrinhos. E há pouco tempo decidiu retomar a produção com um novo propósito. Como Eduardo é vegano, ele começou a produzir tirinhas com uma proposta diferenciada, voltada à conscientização sobre os direitos animais e o veganismo. Para conhecer um pouco mais o trabalho do cartunista Eduardo Tavares, confira a entrevista concedida à VEGAZETA:

Eduardo, você decidiu trilhar outro caminho profissional, que não o de cartunista, por entender que seria difícil para você conseguir se manter se dedicando exclusivamente à essa área. O que você fez desde então?

Depois de três anos de formado, abri com um sócio um escritório de design que, até pelas características dos sócios, tinha muita ênfase em ilustração, o que era um diferencial legal. Então, além dos projetos tradicionais que qualquer escritório de design desenvolve, como marcas, folheteria, cartazes, websites, etc., também tive a oportunidade de supervisionar e, eventualmente, botar a mão na massa em projetos como jogos multimídia, livros infantis, histórias em quadrinhos, desenhos animados, etc. 

E o que te motivou a repensar mais tarde as suas escolhas e a aproximar mais a questão da conscientização sobre a exploração animal da sua rotina?  

 Depois de 15 anos de uma rotina exaustiva de agência, comecei a repensar minhas escolhas. Ao mesmo tempo que eu me orgulhava de tudo o que havíamos feito e conquistado na empresa, eu estava cansado, estressado e não tinha mais um sentimento de realização no meu dia a dia. Não sabia bem o que faltava, mas achava que deveria me arriscar em projetos que realmente faziam sentido pra mim. Queria trabalhar em projetos audiovisuais, séries para TV e cinema e, de alguma forma, dedicar mais tempo da minha vida à causa animal, na qual estava cada vez mais envolvido. Então, no final de 2016, decidi sair da empresa, entrei como voluntário em uma ONG de proteção animal (MFA) e criei uma marca de camisas com temas veganos.

Foi uma transição difícil?

 Começar do zero novamente foi e ainda é bem difícil. Eu precisava encontrar meios de fazer com que o meu público conhecesse a minha marca [V-Shirt]. Nesse sentido, criar postagens para as redes sociais em forma de quadrinhos veio de forma natural porque é uma mídia onde sempre me senti confortável.

Quando veio a ideia de narrar visualmente histórias de pessoas com a defesa dos animais, com o veganismo, por meio dos quadrinhos?  

A história da Luana Flores [de Brasília], por exemplo, veio de uma campanha do apoia.se [que já está desativada] em que, dependendo do plano, o apoiador poderia virar um personagem nas minhas tirinhas. Como eu não a conhecia pessoalmente, comecei a trocar mensagens com ela para escrever um roteiro que tivesse a ver com a sua personalidade. A história que ela me contou é tão encantadora que preferi quadrinizar o seu relato ao invés de inventar alguma coisa.

Você continua se dedicando ao projeto de “Quadrinhos Veganos”, mesmo que a campanha tenha chegado ao fim?

Sim, e assim os “Quadrinhos Veganos”, como batizei, acabou por tomar um novo rumo. Talvez eu siga por essa linha de “quadrinhos verdade” por mais um tempo, ou talvez pare de produzir. É preciso dedicar muito tempo à cada história e fica difícil manter essa rotina quando o trabalho não é remunerado. Mas enfim, evito fazer muitos planos nesse sentido. O tempo dirá.

Saiba Mais

Quem quiser conhecer os produtos da V-Shirt, desenvolvidos por Eduardo Tavares, acesse:

Site: www.vshirt.com.br

Facebook: fb.me/camisasVshirt

Instagram: @vshirtcamisas

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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