Na sexta-feira (11), durante seminário online sobre oportunidades de inovação e negócios na Amazônia, realizado pela Frente Parlamentar Mista da Bioeconomia, criada pela Câmara dos Deputados, o cientista e climatologista Carlos Nobre defendeu a implantação do Instituto de Tecnologia para a Amazônia.
A entidade seria responsável por desenvolver projetos de pesquisa que possam reverter o desmatamento e as queimadas que afetam a região. Nobre lembrou que a Amazônia já soma mais de um milhão de quilômetros quadrados desmatados, o que pode ser confirmado no seu artigo “Amazon Tipping Point”, publicado na revista Science Advances em parceria com o pesquisador Thomas Lovejoy.
Para Carlos Nobre, mudar o atual cenário de devastação da Amazônia depende principalmente de boa vontade. Ele destacou que um hectare de sistema agroflorestal produzindo açaí, cacau e castanha pode garantir rentabilidade cinco a dez vezes maior que a da agropecuária na região.
Necessidade de política de apoio mais ampla
“Um instituto de tecnologia para a Amazônia deve reunir os melhores e mais brilhantes cientistas do Brasil. Deve ser inserido em uma política de apoio mais ampla”, destacou. O Instituto de Tecnologia para a Amazônia deve funcionar como uma espécie de Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
Quem também apontou durante o seminário que é preciso buscar outro caminho em vez da agropecuária foi o diretor do The Good Food Institute no Brasil, Gus Guadagnini, que defende investimentos na indústria de proteínas alternativas.
Ele enfatizou que o Brasil tem um desafio global de alimentar quase 10 bilhões de pessoas de maneira sustentável, saudável e eficiente até 2050.
“Temos capital intelectual único para competir. A gente tem a maior biodiversidade do mundo, que pode gerar inúmeros ingredientes e soluções tecnológicas de alto valor agregado, com produção sustentável e socialmente justa. Também já temos capacidade logística e experiência na distribuição de alimentos em todo o mundo.”
2 respostas
Pecuária, esse assunto tabu e proibido de se erradicar, porque pecuaristas têm a força, haja Deus. Quem há de abrir mão da dinheirama que o boi fornece, ainda que sacrificando o Meio Ambiente, outro assunto indigesto para aqueles que tão nem aí pra ele. No entanto, palavra de cientista tem força, a gente leva fé, e ainda que a turma do churrasco e da picanha esperneie hoje, sem abrir mão da sua boiada de estimação, no pasto a perder de vista, o futuro da Terra é mais NOBRE, pode crer.
A destruição da Floresta Amazônica e do Pantanal é irreversível, foi destruída os biomas e árvores centenárias com o desmatamento e até os animais e índios vão ter dificuldades de sobreviver nesse meio ambiente degradado.