Comissão da Câmara recebe sugestão de criação do “Samu Silvestre”

De acordo com Cristina, os animais tentam fugir do fogo, mas muitas vezes ficam perdidos, sem saber para onde ir (Foto: João Paulo Guimarães/AFP)

Na última sexta-feira (9), durante debate da Comissão Externa da Câmara que acompanha a situação no Pantanal, a voluntária da Associação Mata Ciliar, Cristina Adania, sugeriu a criação de um “Samu Silvestre” – justificando que ambulatórios móveis podem contribuir muito no trabalho de resgate de animais, já que no caso do Pantanal a área de cobertura é muito grande e animais precisam de ajuda em tempo hábil em diferentes localidades do bioma.

Segundo Cristina, a quantidade de animais mortos ainda é muito alta, então é preciso desenvolver meios de melhorar a prática de salvamento, o que não tem sido possível da forma como deveria porque as medidas implementadas ainda não são suficientes, mesmo com um apoio voluntário cada vez maior.

De acordo com Cristina Adania, os animais tentam fugir do fogo, mas muitas vezes ficam perdidos, sem saber para onde ir, e muitos acabam queimados ou intoxicados. Na audiência, ela também citou o caso de uma onça que conseguiu escapar do fogo, mas não resistiu à intoxicação.

Pouca área de cobertura 

São exemplos que reforçam a necessidade de mais medidas que visam agilizar o atendimento a animais silvestres. Ela também lamentou a ausência de mais veículos que possam auxiliar em outras situações de resgate.

O Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso destacou as próprias limitações de atuação, lembrando que o Pantanal tem 195 mil quilômetros quadrados, mas o auxílio do comitê não tem ultrapassado 58 quilômetros quadrados.

“Isso corresponde a 0,29% de tudo o que está queimando até agora. Então tudo isso que a gente está fazendo é quase nada em relação ao todo”, disse o secretário-executivo do Comitê Estadual de Gestão do Fogo em Mato Grosso, Paulo Barroso.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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