Ian McKellen deixou de comer carne após observar animal morto

Em 1980, o ator britânico Ian McKellen passou por uma experiência que o fez refletir sobre o consumo de produtos de origem animal (Foto: Ian McKellen Site)

Em 1980, o ator britânico Ian McKellen, bastante conhecido pelos seus trabalhos como Magneto na franquia “X-Men” e Gandalf na franquia “O Senhor dos Anéis”, passou por uma experiência que o fez refletir sobre o consumo de produtos de origem animal, o levando a abdicar do consumo de carne.

“Olhei para baixo e vi algo se movendo sobre o Tamisa em uma manhã. A maré estava baixa e vi um cadáver de quatro patas preso entre as pedras. Sem pelos, branco e inchado. Era um bezerro, uma ovelha, uma cabra ou um cachorro? Olhei para ele até a maré subir e levá-lo. Por 24 horas, não senti fome. Quando comecei a comer novamente, eu não conseguia mais encarar a carne, fresca ou enlatada”, escreveu na carta “Que diferença um dia pode fazer – Por que sou vegetariano”, escrita no outono de 1997.

McKellen revelou que na mesma noite decidiu deixar de comer carne. O que endossou sua posição foram as fotos da realidade da exploração animal nas fazendas e na indústria. Ainda assim, o motivo mais forte continuou sendo a experiência de observar um animal morto: “Não é razão ou consciência que me mantém distante da carne, mas apenas uma lembrança desse corpo não identificável e decomposto na praia”, argumentou.

Desgosto em relação ao abate de animais 

Ian McKellen, nascido no condado inglês de Lancashire em 25 de maio de 1939, ano em que foi iniciada a Segunda Guerra Mundial, declarou que nunca desenvolveu um verdadeiro gosto por carnes. Na realidade, implicitamente já sentia um desgosto pelo abate de cordeiros, vacas, coelhos, patos, galinhas, entre outros.

“Carne morta só parecia realmente apetitosa quando disfarçada ou escondida por uma massa ou batatas. Eu preferia carne enlatada, como sardinha e salmão, que poderia ser amassada e colocada no sanduíche sem qualquer sinal de que aquilo um dia foi uma vida”, revelou.

O ator percebeu que a não associação entre a morte e o animal enquanto alimento é o que facilita o seu consumo e evita que as pessoas pensem a respeito, já que nisso subsiste uma dissimulação estética.

Gosta do trabalho da Vegazeta? Colabore realizando uma doação de qualquer valor clicando no botão abaixo: 




Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *