Coreia do Sul anuncia proibição das fazendas de bile de urso

Vesícula biliar dos ursos é extraída para ser usada na medicina tradicional asiática (Foto: Proteção Animal Mundial/Divulgação)

Com a formalização de um acordo entre Ministério do Meio Ambiente e a Bear Farmers Association, a Coreia do Sul anunciou que a partir de janeiro de 2026 estará proibida a criação de ursos em cativeiro para extração de bile.

O acordo é resultado de uma reivindicação das principais organizações de proteção animal da Coreia do Sul. “Desde 2003, temos trabalhado arduamente em parceria com a Green Korea United para acabar com a indústria cruel de bile de urso. Isso incluiu negociar o acordo com a Bear Farmers Association e o governo sul-coreano para esterilizar os ursos que vivem nas fazendas para garantir que esta seja a última geração de animais a sofrer em cativeiro por sua bile”, informa a organização Proteção Animal Mundial.

Entre 2014 e 2017, o Ministério do Meio Ambiente esterilizou 967 ursos que eram mantidos em cativeiro para a exploração de bile. Com a conclusão do programa de esterilização, a população de ursos em fazendas diminuiu em 75%. Hoje, em toda a Coreia do Sul, 360 ursos permanecem em cativeiro – em meados dos anos 2000, eram 1,4 mil ursos.

A Proteção Animal Mundial enfatiza que hoje é ilegal extrair a bile de ursos vivos na Coreia do Sul. No entanto, o governo permite que os animais com 10 anos de idade sejam abatidos para que a vesícula biliar seja extraída para ser usada na medicina tradicional asiática. “Com o acordo, a exploração cruel de ursos como mercadorias será abolida de uma vez por todas no país, encerrando uma indústria de 40 anos.”

“Estamos muito entusiasmados com este acordo, que é resultado de um longo trabalho de 18 anos em parceria com a Green Korea United. Ursos em cativeiro, explorados pela indústria da bile, são cruelmente explorados e comercializados. Eles passam a vida toda em gaiolas minúsculas e apertadas, suportando imenso sofrimento mental e físico”, comenta Maya Pastakia, Gerente Global de Campanhas de Animais Silvestres, Não Remédios da Proteção Animal Mundial.

“Esse acordo envia um sinal claro e positivo de que a prática cruel de fazendas de bile de ursos não é mais aceitável em um país moderno. Principalmente por alternativas à base de plantas estarem prontamente disponíveis para substituir as partes de animais. Ursos não são remédios – eles são seres sencientes e pertencem à natureza”, complementa Maya.

O governo também está planejando construir um novo abrigo em Guyre-gun, que acomodará 49 ursos, e um santuário em Seocheon-gun, que abrigará cerca de 70 ursos.

A Proteção Animal Mundial frisa que parabeniza esse desenvolvimento, mas pede ao governo que garanta que sejam criados espaços suficientes no santuário para abrigar todos os ursos restantes após janeiro de 2026.

“Pedimos ao Ministério do Meio Ambiente que pare de ser reativo e avance usando a declaração de 26 de janeiro para marcar o início do fim desta indústria cruel. O Ministério deve ser proativo e tomar medidas para garantir que os abrigos para os ursos desempenhem seu papel como instalações nacionais para proteger com segurança os ursos restantes nas fazendas”, afirma Kyoungsun Woo, Codiretor da Green Korea United.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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