Nos Estados Unidos continua em discussão o uso do termo leite para se referir a leites de origem vegetal. No ano passado, a Federação Nacional de Produtores de Leite dos Estados Unidos começou a fazer lobby contra o uso do termo em referência a produtos não lácteos – pressionando a Food and Drug Administration (FDA), que regulamenta a rotulagem dos produtos alimentícios.
Preocupados com a crescente demanda por produtos para vegetarianos e veganos, e a possibilidade de perderem mais espaço no mercado, os membros da Federação Nacional de Produtores de Leite criaram em 2017 um projeto intitulado “Lei do Orgulho Leiteiro”, contra imitações de iogurte, leite e queijo.
Depois que o comissário Scott Gottlieb, da FDA, que defendia o uso do termo leite para produtos vegetais, mudou de opinião, dando razão aos produtores de leite, e inclusive dizendo que “uma amêndoa não amamenta”, a gigante Danone entrou na briga defendendo o uso do termo leite para se referir também a alimentos não lácteos.
“Nos Estados Unidos, ‘leite de soja’, ‘leite de amêndoas’ e ‘leite de coco’ são os nomes comuns para produtos baseados em vegetais sob a atual regulamentação da FDA, e informamos isso em nossos produtos com claras referências”, disse o diretor sênior de comunicações externas da Danone, Michael Neuwirth, à agência de notícias Westword.
Segundo a Danone, não há nada de errado em nominar produtos não lácteos como leite porque há uma equivalência nutricional. “Não acreditamos que sejam necessários mais padrões de rotulagem”, declarou Newirth em referência à exigência da Federação Nacional dos Produtores de Leite.
Em 2016, a Danone investiu 12,5 bilhões de dólares na compra da WhiteWave Foods, proprietária das marcas Silk, Vega, Alpro e So Delicious, de produtos alimentícios baseados em vegetais. Também anunciou no mês passado que está criando versões de Activia e Actimel baseados em ingredientes que não são de origem animal.
