“Me senti como se eu tivesse cometido um assassinato”

Walking the Line – Pheasant Hunting, de Michael Sieve

O britânico William Harris, um dos caçadores mais famosos de seu tempo, conta que durante os anos de 1836 e 1837 viajou para longe no coração da África com a mera intenção de perseguir animais, algo que ele definia como uma de suas paixões. Em uma passagem de sua biografia, publicada em Bombaim em 1838, ele descreve como atirou em seu primeiro elefante, uma fêmea.

Na manhã seguinte, indo procurar seu novo alvo, ele descobriu que todos os elefantes tinham fugido da localidade, exceto um jovem elefante que passou a noite toda ao lado de sua mãe morta. Vendo os caçadores, o animal não sentiu medo e, com os mais claros e vivos sinais de tristeza desconsolada, caminhou até eles. Então moveu seu minúsculo tronco como se suplicasse por ajuda. Sobre o episódio, registrou Harris em sua biografia: “Eu estava cheio do mais verdadeiro remorso pelo que tinha feito e me senti como se eu tivesse cometido um assassinato.”

 





Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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