Para que a matança dos animais criados para consumo humano continue sendo perpetuada é preciso que a indiferença e desconexão sejam predominantes. É importante que as pessoas não reconheçam a existência de histórias e necessidades por trás do que consomem – vidas que precedem produtos.
Claro, essa desconexão só pode continuar perseverando com a manutenção da crença de que o animal abatido está cumprindo “o seu papel”, que é servir como comida. Quando isso acontece, as pessoas associam esse “papel” com a ideia de um ato de nobreza, mesmo que mascarado por uma falsa premissa que desconsidera o peso da violência.
Sem essa desconexão, se uma pessoa que se alimenta de animais se permitir entender o quanto a vida de um animal é importante para ele, assim como a dela é para ela, as chances de matá-lo, comê-lo ou continuar tomando parte nesse sistema diminuem de forma considerável em decorrência de um natural conflito que culmina em uma conscienciosa autoavaliação.
Qualquer pessoa que experimenta de forma honesta o entendimento, a razoabilidade e/ou a sensibilidade do que é a vida senciente não humana, tem boas chances de não querer mais tomar parte nessa evitável exploração animal.
Afinal, trata-se de um abuso massivo que representa uma das maiores faces da injustiça, da facciosidade, na nossa relação com seres não humanos, que todos os dias têm suas necessidades e vontades preteridas porque assim a humanidade determinou sob a primazia de prazeres e conveniências substituíveis.