
Com duração de 94 minutos, “Cow” é um documentário de Andrea Arnold lançado em julho que apresenta um olhar não romântico e realista sobre o mundo das vacas leiteiras.
Sem narrativa e sem interferência no cenário, o filme que atraiu atenção no Festival de Cannes tem como protagonista a vaca Luma, sua realidade, sua vida. “Como é realmente ser um animal de fazenda?”, é a questão que norteia “Cow” que evoca beleza e tristeza em uma forma de sociorrealismo.
No filme, há beleza na maneira como uma vaca sente o sol, descansa a cabeça no pasto, manifesta amor pelo filho, e há tristeza na privação, na separação, nos bezerros mamando em tetas artificiais e sendo descornados com ferro de cauterização.
“O filme é uma tentativa de consideração pelas vacas, de nos aproximar delas, de ver sua beleza e o desafio de suas vidas”, diz Andrea Arnold, mais conhecida por filmes de ficção como “American Honey”, “O Morro dos Ventos Uivantes” e “Aquário”.
“Quando olho para Luma, vejo o mundo inteiro nela”
“Quando olho para Luma, vejo o mundo inteiro nela.” O que motivou Andrea a tentar transmitir em uma hora e meia o que é ser uma vaca foram algumas experiências na juventude, quando observava vacas pastando em campos verdes, algo que parecia pacífico, romântico – como uma pintura.
Mais tarde, ela questionou-se até que ponto essa impressão era real, o que foi uma das motivações para a produção do documentário. “Não queria entrar em sua cabeça [da vaca Luma] ou sugerir emoções humanas. Eu só queria assistir suas reações à sua realidade diária – em toda sua beleza, desafios e brutalidade”, explica Andrea Arnold.
“Espero que este filme, de alguma forma, possa conectar qualquer pessoa que o veja – não apenas às vacas e outros animais conscientes não humanos – com aquele conhecimento profundo e com a natureza animal em nós mesmos, porque estamos conectados a tudo que vive.”
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