Empresa australiana cria tecido a partir de sobras de coco

Com a matéria que recebeu o nome de Nullarbor já foi produzido um suéter que lembra raiom, algodão e até mesmo lã (Foto: Divulgação)

A empresa australiana de tecnologia em biomateriais Nanollose criou recentemente um tecido a partir de fibras sustentáveis de resíduos de coco. Com a matéria-prima que recebeu o nome de Nullarbor, já foi produzido um suéter que lembra raiom, algodão e até mesmo lã.

A ideia de criar o tecido de fibras de coco surgiu em decorrência da preocupação com os problemas ambientais gerados pela cadeia produtiva de outras matérias-primas.

“A nossa fibra foi fiada em fio e transformada em tecido, depois transformada em uma peça de vestuário”, explicou o diretor administrativo da Nanollose, Alfie Germano ao TextileToday, lembrando que 150 milhões de árvores são cortadas ao ano, depois lascadas e tratadas com produtos químicos perigosos para extrair a matéria-prima usada para confeccionar fibras de viscose e raiom.

Já a fibra Nullarbor é feita sem prejudicar nenhuma árvore, segundo Germano. Sobre o processo de produção, ele explica que tudo começa em uma instalação onde micróbios fermentam naturalmente os resíduos de coco da indústria alimentícia, gerando uma celulose parecida com o algodão.

O ciclo de produção da Nanollose dura apenas 18 dias. Se comparado aos oito meses da indústria de algodão, isso representa bastante economia em uso de água, energia e até mesmo área de produção.

“Chegamos a um ponto em que nossa tecnologia está saindo do laboratório para a fábrica. Assim que atingirmos a escala industrial, os fabricantes terão uma nova opção ecológica”, assegura Alfie Germano.

Com o objetivo de garantir uma boa produção, a empresa está negociando com a indústria de coco da Indonésia, que tem um elevado índice de desperdício de resíduos de coco que podem ser reaproveitados na fabricação do tecido Nullarbor.

Jornalista e especialista em jornalismo cultural, histórico e literário (MTB: 10612/PR)

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